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Arqueólogos explicam à comunidade detalhes do passado de Santarém

Fórum de arqueologia resultante das escavações arqueológicas feitas nos últimos anos

As várias pesquisas permitem descobrir mais pormenores sobre a forma como viviam os habitantes da cidade há séculos.

O Fórum de Arqueologia Scalabitana, com a primeira iniciativa agendada para 18 de Fevereiro, vai disponibilizar à comunidade o conhecimento acumulado ao longo dos últimos anos resultante das escavações arqueológicas e das investigações de diversos especialistas sobre a cidade. António Matias, um dos arqueólogos ao serviço da autarquia, disse que o Fórum, criado por iniciativa da Câmara Municipal de Santarém, visa divulgar o trabalho que tem sido feito na cidade ao nível da arqueologia e propiciar um espaço para os investigadores com trabalhos sobre o concelho darem a conhecer as suas descobertas."A ideia é contactar e conseguir a colaboração dos diferentes investigadores, arqueólogos ou outros especialistas, que fizeram ou acompanharam escavações arqueológicas em Santarém, e que a partir daí fizeram teses de mestrado ou doutoramento, para disponibilizar esse conhecimento à comunidade, em linguagem acessível", disse.A primeira sessão, com a zooarqueóloga Cláudia Santos, está marcada para 18 de Fevereiro, ao fim da tarde, no antigo Ginásio do Seminário. A opção por uma especialidade da arqueologia visa mostrar como esta é uma ciência pluridisciplinar, disse António Matias, ele também especialista numa área específica da arqueologia, a osteoarqueo-logia (estudo dos ossos)."A zooarqueologia, especializada nos restos faunísticos, mostra como os restos dos animais dão informação sobre como era a alimentação dos nossos antepassados e o aproveitamento que era dado aos restos", nomeadamente ósseos - botões, cabos de talheres, ou inscrições religiosas, afirmou. Como exemplo deu as escápulas (osso da omoplata) com inscrições religiosas islâmicas, sublinhando que Santarém possui três "das seis ou sete que existem em Portugal".António Matias, que dirigiu as escavações que permitiram descobrir, durante as obras no largo Cândido dos Reis, em 2004/2005, o maior cemitério islâmico do país, tem em "banho-maria" um projecto que acalenta desde essa altura, o de saber se os scalabitanos de hoje guardam traços da população islâmica que habitou a cidade há mais de mil anos."Sabemos que temos influência norte-africana a nível cultural e da alimentação, mas não teremos nos próprios genes alguma dessa influência?", questiona, frisando que um projecto desta natureza, além do grau de incerteza, carece de disponibilidade, financiamento e da colaboração de diversas instituições, nomeadamente para a realização dos testes genéticos.É todo o manancial que tem vindo a ser produzido graças aos vestígios arqueológicos encontrados em Santarém ao longo dos anos que a autarquia quer divulgar junto da comunidade, frisou.

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