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Alice Vieira dá conferência intimista em Vila Franca de Xira

Uma noite num salão com cerca de dezena e meia de pessoas e uma escritora

Encontro promovido pela livraria “Tágides” junta amigos e bibliófilos em Vila Franca.

A escritora Alice Vieira passou a 23 de Janeiro por Vila Franca de Xira, para uma conferência intimista. A escritora e jornalista da revista “Activa” esteve no salão nobre dos Bombeiros de Vila Franca de Xira para falar de alguns dos seus livros e de projectos ainda por publicar. Recorda a época em que vivia com as tias e assistia à chegada de vários familiares em débil estado de saúde “para morrer”. Nos velórios recebia livros para ler. “O meu amor pelos livros está ligados aos meus tios mortos”, ironiza a escritora. Entre as histórias com as tias da zona de Torres Novas, de onde é originária parte da sua família, Alice Vieira confessa que “nas crónicas, mistura parte da sua vida com as de familiares e amigos”. A sua poesia, de que se reconhece “muito crítica”, acabou por ser publicada após concorrer, sob anonimato, ao prémio Maria Amélia Vaz de Carvalho, que venceu em 2007. Numa noite em que se cruzaram histórias pessoais e profissionais, Alice Vieira recordou ainda as surpresas sobre a sua biografia, quando vários alunos a confundiam com uma antiga dirigente da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo) Maria Alice Vieira Gomes da Silva. As aventuras na escrita de obras conjuntas, “Novos Mistérios de Sintra”, “O Código de Avintes” e “Eça Agora” fizeram também parte das histórias contadas na sessão. “Gosto muito mais de escrever para jovens e adultos. Escrever para crianças muito pequenas é muito difícil”, confessa.A conferência realizou-se na sequência de um convite de Francisca Guerreiro, proprietária da livraria “Tágides”. Segundo a responsável, o motivo esteve em “mais de vinte anos de amizade”. “A Alice tem muito trabalho com as crianças, mas em termos de adultos é mais difícil acontecerem. Nos livros para um público adulto podem ser transmitidas mensagens que as crianças não compreendem”. As conferências organizadas pela livraria Tágides já incluíram palestras de figuras como a escritora vilafranquense Cristina Silva, ou o economista Francisco Louçã. Francisca Guerreiro garante que as conferências irão continuar, mas sem uma periodicidade certa. “Ao ritmo da actualidade e da relevância dos temas”, conclui. Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em 1958 iniciou a sua colaboração no Suplemento Juvenil do Diário de Lisboa e a partir de 1969 dedicou-se ao jornalismo profissional. Desde 1979 tem vindo a publicar regularmente livros tendo, actualmente editados na Caminho, cerca de três dezenas de títulos. Recebeu em 1979, o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança com Rosa, Minha Irmã Rosa e, em 1983, com Este Rei que Eu Escolhi, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen, o mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra. A autora está a preparar um novo livro de crónicas e é responsável pela elaboração de livros de Religião e Moral para os quatro primeiros anos de escolaridade, por solicitação do Patriarcado de Lisboa.

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