Francisco Madelino processa sindicato por denunciar anulação de desempregados
Presidente do IEFP admite falha, mas diz que foi corrigida atempadamente
O presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional, Francisco Madelino, admitiu ter havido um erro no cruzamento de dados com a Segurança Social no processamento dos desempregados, mas garantiu que a falha foi rectificada, seguindo “todas as regras”. Mesmo assim, Francisco Madelino tenciona agir criminalmente contra o Sindicato Nacional dos Técnicos de Emprego (SNTE) - que denunciou uma queixa anónima sobre a passagem estatística de desempregados para a situação de empregados em Março - por considerar que o IEFP está a ser indevidamente acusado de práticas reiteradas e sistemáticas de manipulação de dados. “Este cruzamento segue todas as regras da lei vigente relativa ao cruzamento de dados. Trata-se de um processo totalmente transparente”, sublinhou.O presidente do IEFP, natural de Glória do Ribatejo e ex-candidato pelo PS à Câmara de Salvaterra de Magos, deu uma conferência de imprensa na segunda-feira na sequência da denúncia de que o sistema informático apagou 15 mil desempregados. Segundo o presidente do IEFP, o erro foi identificado e os números foram repostos ainda antes da sua divulgação pública. Acabaram por ser anulados 5.376 pessoas com recurso ao 'back-up' do sistema, que efectivamente já tinham declaração de contribuições para a segurança social (e por isso não estavam já numa situação de desemprego), num movimento escrutinado por todas as pessoas que têm permissões para isso, explicou. Quanto à denúncia do sindicato, o presidente do IEFP refuta acusações de manipulação dos dados. “É mentira. Estou chocado. Com todo o respeito pelo sindicalismo, não posso aceitar lições de moral nem de ética sobre a forma como estes dados estão a ser trabalhados”, disse o responsável, que esteve ligado profissionalmente durante vários anos ao mundo sindical. Para Francisco Madelino, o sindicato envolvido neste processo está a agir de uma forma lesiva para o IEFP e para as 1.500 pessoas que fazem o escrutínio dos dados, facto que irá levar o instituto a processar criminalmente o SNTE. Contactado pela agência Lusa, o presidente do SNTE, Marçal Mendes, considerou “caricato” o anúncio do presidente do IEFP “quando houve um mês de viciação de dados, que não teria sido conhecida pela opinião pública se não fosse esta iniciativa [a carta anónima]”. No final de Março, estavam inscritos nos centros de emprego 484.131 desempregados, um número que seria superior em cerca de 10 mil, caso a falha não tivesse sido detectada.
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