Edifício do estádio adjudicado dois anos e meio depois de lançado o concurso
Maioria socialista na Câmara de Coruche acusada de eleitoralismo pela oposição
O presidente da câmara diz que não deixa de fazer obra por causa da especulação politico-partidária.
Dois anos e meio depois de ter lançado o concurso para construção do edifício administrativo do estádio municipal José Peseiro, a Câmara de Coruche aprovou o relatório da análise propostas e adjudicou a empreitada na reunião de 13 de Maio por cerca de 159 mil euros mais IVA.A decisão mereceu muitas críticas por parte dos eleitos da CDU que consideraram que o processo suscitava dúvidas e que só poderia ter uma explicação eleitoral para ter sido desencadeado em Dezembro de 2006 e adjudicada a empreitada em Maio de 2009, indicou António Soares. Os vereadores da coligação defenderam mesmo que o concurso devia ser anulado e aberto novo procedimento por ser necessário fazer uma actualização e revisão de preços pelo facto de o montante estar desfasado. Mas, na altura de votar, a proposta da maioria PS foi aprovada por unanimidade. O presidente da autarquia, Dionísio Mendes (PS), justificou a decisão com o facto de, quer o Grupo Desportivo O Coruchense, colectividade entretanto desactivada, como a associação Amigos do Coruchense, que utiliza o estádio municipal, nunca terem tido uma estabilidade directiva que garantisse utilização e gestão do edifício administrativo do estádio. Um projecto, recorde-se, prometido pela actual maioria PS desde há dois mandatos ao GD O Coruchense pelo facto de o clube ter doado à autarquia um terreno onde inicialmente se iria construir o estádio municipal, junto à Estrada da Erra. Localização que a autarquia decidiu alterar para Santo Antonino em troca da construção de uma sede para o clube no valor de cerca de 200 mil euros. Sede que passou a ser designada de edifício administrativo do estádio.Ricardo Raposo (CDU) lembrou ainda que houve muito tempo para o edifício ser construído. “A explicação da proximidade de eleições tem mais razoabilidade”, acrescentou, sendo acompanhado por Isidro Catarino que apelidou a proposta de “fuga para a frente eleitoral”.Dionísio Mendes defendeu que não há motivos para anular o procedimento e que a revisão de preços está prevista na legislação. Disse ainda que com a anulação do concurso se teria de indemnizar a empresa que ficou em primeiro lugar. “Só se suscita especulação politico-partidária por ser nesta altura, mas não é por isso que deixaremos de fazer obra”, concluiu. Empreiteiro do estádio pede indemnização A empresa Zucotec – Sociedade de Construções, S.A. quer uma indemnização da Câmara de Coruche referente à empreitada de construção do estádio municipal José Peseiro. Segundo apurou O MIRANTE, a empresa alega que realizou despesas com estaleiro, homens e máquinas enquanto houve uma paragem nos trabalhos. Um parecer da consultadoria jurídica foi mesmo presente a uma reunião do executivo a sugerir que a câmara liquidasse o montante mas a proposta não foi seguida. “A Zucotec exige uma verba por achar que tem contas a acertar. Vamos analisar juridicamente as pretensões da empresa”, diz o presidente da câmara a O MIRANTE. Contactada pelo nosso jornal, a empresa confirma a existência de um pedido de indemnização à autarquia, mas o gerente técnico escusou-se a pormenorizar o processo nesta fase. Em causa poderão estar valores da ordem dos 50 mil euros. Recorde-se que em Novembro de 2005 a autarquia adjudicou à Zucotec a empreitada da segunda fase de construção do novo estádio municipal. A intervenção tinha um custo estimado de cerca de 1,172 milhões de euros e compreendia a construção de bancadas, balneários, arranjos exteriores e vedações.
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