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Pantomineiro Manuel Serra d’Aire

As queixinhas contra a destruição de cartazes de campanha não param de aumentar. E é provável que até dia 11 de Outubro tenhamos mais do mesmo. E se os partidos se queixam, nós cidadãos com um mínimo de simpatia pelo meio ambiente devíamos agradecer aos benfeitores que erradicam do espaço público algumas fronhas mal encaradas que ainda tornam menos atractivas algumas das nossas cidades e vilas.Eu gostava de saber quem são os autores desses pseudo actos de vandalismo, não para os meter em tribunal mas para lhes dar os parabéns. Quem se dá ao trabalho de estragar propaganda autárquica arrisca o canastro em nome da estética e tem contribuído mais para a melhoria da paisagem que todos os ministros do Ambiente juntos. E não estou a exagerar. As pessoas rasgam cartazes porque não gostam deles. Pusessem lá umas meninas das juventudes partidárias a apelar ao voto e outro galo cantaria. Repara que ninguém se atira aos cartazes de publicidade a lingerie feminina. Nem sequer aos de automóveis topo de gama. Portanto não é pura maldade nem vandalismo exacerbado o que está por detrás desses comportamentos, mas antes uma atitude nobre e altruísta de quem tem um forte espírito comunitário e se interessa pelo seu próximo.Tudo isto me vem à cabeça no chamado dia de reflexão, que é suposto os eleitores passarem em retiro tipo monge tibetano a avaliar em quem hão-de votar. E o problema é esse. É que se, por um lado, o dia de reflexão tem a vantagem de acabar com a berraria e o foguetório da campanha eleitoral, dando o merecido descanso a peixeiras e feirantes, por outro induz-nos a pensar acerca dos nossos políticos. E daí não pode sair nada de bom.Se um tipo passar o sábado anterior às eleições numa espécie de estágio pensante a avaliar os programas eleitorais, os discursos de campanha e coisas afins o mais certo é não ir votar. Eu estou convencido que o dia de reflexão está directamente ligado às elevadas taxas de abstenção. Uma pessoa põe-se a reflectir e fica com vontade de fazer tudo menos ir votar. Para se ter coragem de ir às urnas não se pode pensar muito nisso. É daquelas coisas que deve ser feita irreflectidamente.Volto aqui já depois do resultado das eleições para estranhar o facto de não ter visto nem ouvido nessa noite eleitoral o (ainda) deputado Miguel Relvas a comentar os resultados. Provavelmente ainda estaria em reflexão, mas no caso para chegar a uma conclusão sobre que marca de champanhe devia abrir para comemorar os resultados do seu PSD, particularmente em Santarém onde o seu sucessor Pacheco Pereira conseguiu a proeza de ter menos 500 votos do que a lista que ele encabeçou há quatro anos.Confesso que vou ter saudades do Miguel Relvas, uma das musas preferidas deste desinspirado escriba que se assinaSerafim das Neves

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