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Gestor do Grupo Espírito Santo nega acção concertada para viabilizar projecto Portucale

Gestor do Grupo Espírito Santo nega acção concertada para viabilizar projecto Portucale

Julgamento relacionado com abate de dois mil sobreiros em empreendimento turístico-imobiliário de Santo Estêvão
José Manuel de Sousa, gestor do Grupo Espírito Santo, negou segunda-feira ter agido concertadamente com o ex-dirigente do CDS-PP Abel Pinheiro para viabilizar o projecto “Portucale” junto do Ministério do Ambiente então dirigido por Luís Nobre Guedes.José Manuel de Sousa falava, como arguido, na fase de instrução do caso Portucale, relacionado com tráfico de influências e outros crimes conexos e que decorre no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, na presença do juiz Carlos Alexandre.O arguido e administrador da ESPART (Espírito Santo Participações Financeiras) refutou, em resposta ao seu advogado Soares da Veiga, qualquer acção concertada entre si, Luís Horta e Costa (também arguido e administrador do grupo) e Abel Pinheiro para viabilizar aquele empreendimento turístico-imobiliário em Benavente.José de Manuel de Sousa minimizou o papel do também arguido Abel Pinheiro, alegando que foi uma intervenção meramente “operacional” no sentido de conseguir marcar uma reunião com o então ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes (CDS-PP), porque “não se conseguia falar com ninguém” naquele ministério.Em resposta a uma questão do advogado José António Barreiros, advogado de Abel Pinheiro, José Manuel de Sousa negou também que aquele arguido alguma vez tenha sido “brifado” ou instruído para defender argumentos de fundo do projecto junto do então ministro do Ambiente.O responsável da ESPART garantiu desconhecer que na altura estivesse em curso uma reestruturação da dívida que o Grupo Grão Pará (a que Abel Pinheiro pertencia) tinha para com o Grupo Espírito Santo.O gestor da ESPART revelou que a sugestão de se falar com Abel Pinheiro para arranjar uma reunião com Luís Nobre Guedes partiu de Luís Horta e Costa, porque Abel Pinheiro seria a pessoa no CDS-PP que fazia à ligação à economia.Em sua defesa, José Manuel de Sousa referiu que quando pediram a reunião era para tratar de três dossiers - Mata de Sesimbra, Herdade da Comporta e Portucale -, tendo o encontro sido convocado para tratar da primeira, tendo-se aproveitado para abordar os outros assuntos.José Manuel de Sousa desdramatizou o impacto do projecto Portucale, dizendo que o mesmo previa o abate de 2.600 sobreiros num universo de 30.600, num investimento de 200 milhões de euros que ia criar 450 empregos.O caso Portucale surge relacionado com um despacho assinado por Luís Nobre Guedes (ex-ministro do Ambiente), Carlos Costa Neves (ex-ministro da Agricultura) e Telmo Correia (ex-ministro do Turismo) poucos dias antes das eleições legislativas de 2005 e que permitiu à Portucale, empresa do Grupo Espírito Santo, proceder ao abate de mais de dois mil sobreiros na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente, com vista ao arranque do projecto.Luís José de Mello e Castro Guedes, conhecido como Luís Nobre Guedes, Costa Neves e Telmo Correia não foram acusados da prática de qualquer crime pelo Ministério Público, na investigação do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), mas 11 pessoas, incluindo o ex-dirigente do CDS-PP Abel Pinheiro, foram acusadas de crimes que vão desde tráfico de influências, abuso de poder e falsificação de documentos.José Manuel de Sousa desdramatizou o impacto do projecto Portucale, dizendo que o mesmo previa o abate de 2.600 sobreiros num universo de 30.600, num investimento de 200 milhões de euros que ia criar 450 empregos.
Gestor do Grupo Espírito Santo nega acção concertada para viabilizar projecto Portucale

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