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Uma feira de referência

Empresários acham que há questões a repensar no modelo da Fersant

A Fersant – Feira Empresarial da Região de Santarém realiza-se de 3 a 11 de Outubro. Uma oportunidade para as empresas da região divulgarem os seus produtos e serviços e abrirem portas a novos negócios. O MIRANTE foi ouvir alguns empresários sobre o que pensam da feira e há opiniões para todos os gostos.

Fersant sempre “aliada” à Feira dos Frutos SecosJoaquim Sousa Manha, 55 anos, mecânico automóveis, Parceiros S. JoãoJoaquim Sousa Manha, mecânico em Parceiros de S. João, nunca pensou em estar representado na Fersant, até porque a feira não estava muito vocacionada para o seu ramo de negócio. Mas diz que, um dia, se pudesse, poderia até pensar no assunto. Para si, a Fersant é uma feira importante na região mas sempre ligada à Feira dos Frutos Secos. “É uma feira produtiva para a região. Costumo ir lá mais que uma vez, normalmente mais pela feira dos frutos secos e pela gastronomia, para conviver com amigos e família, comprar umas nozes e umas amêndoas. Depois, dou um salto à Fersant”, descreve Joaquim Manha.O mecânico considera que a Fersant é uma mais valia para a região mas que outros eventos devem manter-se, como é o caso da Feira de Março, que diz estar a decair. “Ainda assim é sempre bom para desanuviar um bocadinho. Porque apesar de ir havendo trabalho o mais difícil hoje são as cobranças, e a crise está para ficar”, constata.Fersant é bom meio de divulgação das empresas Rosalina Santos, 37 anos, empresária, Vila Nova da BarquinhaA empresa de Rosalina Santos é uma das que vai ter uma mostra dos seus produtos na XX edição da Fersant, de 3 a 11 de Outubro, em Torres Novas. Com um stand de energias renováveis a empresária espera ficar com muitos contactos que, habitualmente, acabam em negócios, como tem acontecido sempre que está presente. “É a experiência que o diz e a diversidade de empresas que o permite verificar”, constata.Para Rosalina Santos o modelo de feira, com cerca de 20 anos de existência, é o mais correcto e aquele em que se deve apostar. “É um bom meio de divulgação de empresas tendo em conta o custo-benefício, porque vem gente de todo o lado, mesmo clientes a nível nacional”.A Feira dos Frutos Secos traz um público diferente do empresarial e que acaba por ser complementar, considera a empresária, para quem a crise é sempre relativa em determinados sectores. “Na área em que trabalhamos, quem pensa em investir nas energias renováveis fá-lo por convicção e não por uma questão de dinheiro”, diz Rosalina Santos. Para si, a feira é uma organização que serve também para motivar e dar mais alento às empresas.Mais oportunidades para outras empresas e mais animaçãoRicardo Campos, 26 anos, desenhador gráfico, Torres NovasRicardo Campos entende que nos últimos anos as realizações da Fersant se têm pautado por serem repetitivas no que respeita às empresas representadas nos stands, mas também têm pecado nos preços pouco acessíveis praticados pela organização. “Estive numa feira no norte e lá tinham um espaço para empresas apenas da região, cada dia dedicado a uma temática”, exemplifica.Para o desenhador gráfico há ainda a questão da falta de actividades paralelas ao evento económico. “Falta à Fersant o que era antigamente, com convívio dos concertos e da animação. As pessoas vão por uma coisa e acabam por também mostrar interesse junto das empresas. Se eu for à feira para ver o mesmo de sempre se calhar vou menos vezes e durante menos tempo”, sugere Ricardo Campos.O torrejano admite que questões orçamentais podem limitar a organização mas entende que com bandas residentes da cidade ou bandas de garagem seria possível garantir maior animação ao evento. Feira com interesse mas que precisa de uma reciclagemSofia Carrilho, 28 anos, mediadora imobiliária, EntroncamentoMediadora imobiliária em Riachos, Sofia Carrilho reconhece na Fersant um evento para dinamizar as empresas da região e os seus produtos, que motiva adesão de público de toda a região. Ainda assim, entende que deve haver alguma renovação. “Estão a precisar de uma reciclagem em termos de empresas, que são quase sempre as mesmas representadas. Deviam dar oportunidade a outros empresários ou então fazerem-lhes directamente uma abordagem”, defende.Sofia Carrilho já pensou em estar representada na Fersant mas diz que nunca calhou e também nunca foi abordada nesse sentido. “Se calhar esta também não é a melhor altura, no contexto actual do mercado da construção”, acrescenta. Habitante do Entroncamento, Sofia Carrilho tem por hábito visitar a Feira dos Frutos e Secos e a Feira do Livro. Visitar a feira e estar atento às novidades e aos negóciosManuel Romão, 41 anos, empresário, Vila Nova BarquinhaManuel Romão considera que igual ou superior à Fersant só a Feira de Agricultura de Santarém tem um impacto empresarial semelhante na região. “Visito a feira todos os anos, estou atento às novidades dos stands de empresas e trato de negócios”, conta o empresário da restauração. Diz que nunca pensou ter um stand na Fersant ou uma tasquinha, pensando mais nos eventos realizados na Golegã para essa participação. Mas refere que é um caso a pensar e em aberto. “Se participasse, se calhar apresentava um prato de cabrito como destaque”, sugere. Para Manuel Romão a crise existe e sente-se bem em Setembro e Outubro, meses em que os subsídios de férias foram gastos e as pessoas andam de bolsos mais vazios.Ir aos frutos secos e dar um salto à FersantMaria Fernanda Faria, 46 anos, cozinheira, Torres NovasMaria Fernanda Faria é uma visitante assídua da Feira dos Frutos Secos, mais do que da Fersant – Feira Empresarial da Região de Santarém. “A Fersant tem alguma importância e traz muita gente a Torres Novas, mas mais por via da Feira dos Frutos Secos, que se realiza quase em simultâneo. As pessoas compram frutos secos e petiscam e aproveitam para visitar a Fersant”, refere. Apesar de reconhecer que nem sempre visita a mostra empresarial.Maria Fernanda Faria preferia o anterior sistema em que havia tasquinhas, do que o actual com representações de restaurantes. “As pessoas gostam é de um chouriço assado ou de um petisco”, graceja, admitindo que caso fosse essa a opção da organização até admitiria estar representada no certame. O fim-de-semana é sempre mais movimentado durante dos dias de feira mas os visitantes não costumam ir para a zona de Torres Novas onde tem a Cervejaria Torres. Feira precisa de mais promoçãoJorge Rosa, 44 anos, empresário, Torres NovasJorge Rosa é um crítico do modelo de funcionamento e de promoção da Fersant. Para o empresário a feira era, há 20 anos, um modelo de adesão de público para a vertente empresarial e lúdica. Recorda as iniciativas extra-stands que cativavam as pessoas, como actividades radicais, e o interesse que tinham sempre as áreas de marcas automóveis. Actividades que, de há anos para cá, considera que foram alvo de desinvestimento. “A Fersant devia trabalhar sozinha para esse projecto. Não é as empresas irem para lá, investirem bastante em stands e termos tudo às moscas, que é o que se anda a passar nos últimos anos. Falta promoção junto das empresas a tempo e horas e, depois, cativar visitantes. O que acontece é que se faz da Feira dos Frutos Secos uma bengala da Fersant”, diz Jorge Rosa, que durante alguns anos expôs os produtos da Sime Rep no certame.

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