“Já não há eleições como antigamente. A caravana do PS já nem vem apitar para a frente da sede do PSD”, dizia com humor um militante do PSD na noite eleitoral de domingo, contribuindo para animar o ambiente morno na sede distrital dos social-democratas, no centro histórico de Santarém.São 22h15 e até aí não há sinais sonoros da vitória socialista. Entre os militantes “laranja” o estado de espírito também está longe das euforias de outros tempos. O PSD aguentou os três deputados, visto como um mal menor, e ainda teve o alento suplementar de ver os arqui-rivais socialistas perderem dois deputados por Santarém. O que faz com que a evidente derrota a nível nacional seja melhor digerida.As vitórias mobilizam e o contrário também é verdadeiro. Na sede estarão entre vinte a trinta militantes, repartidos por várias salas. A azáfama é nula. Não se passa nada. Os dirigentes distritais Octávio Oliveira e António Campos vão acompanhando o evoluir dos resultados nos computadores. Noutra sala estão militantes de Santarém como o presidente da concelhia Ricardo Gonçalves, Ramiro Matos, Nuno Serra, Nuno Cardigos e Vânia Neto. Vê-se televisão e a um canto há uma mesa com comida e bebidas. Champanhe nem vê-lo, que não é noite para grandes folias.José Pacheco Pereira, o cabeça de lista, passou por lá mas é o líder distrital do PSD e deputado reeleito Vasco Cunha quem fala aos jornalistas. Primeiro realça o decréscimo acentuado de votos dos socialistas e os bons resultados do Bloco de Esquerda e do CDS. Depois reconhece que ambicionava mais. “Esperávamos mais do que três deputados”, afirma, realçando no entanto a vitória nos concelhos de Ourém, Rio Maior, Sardoal, Mação e Ferreira do Zêzere. “Há quatro anos apenas tínhamos ganho em três concelhos”, enfatiza.O MIRANTE tentou obter um comentário aos resultados por parte de Miguel Relvas, o cabeça de lista indicado pela distrital do partido e que a líder nacional do PSD afastou das listas substituindo-o por Pacheco Pereira. O ainda deputado e presidente da Assembleia Municipal de Tomar recusou falar sobre o assunto, mantendo o silêncio sobre o processo eleitoral.