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O quotidiano rural de uma Azambuja de outros tempos

O quotidiano rural de uma Azambuja de outros tempos

Joaquim Ramos foi o escritor convidado na Biblioteca Municipal

Joaquim Ramos despiu por uma tarde a pele de presidente de câmara e foi à Biblioteca Municipal de Azambuja falar sobre “Contos Semibreves”, um livro da sua autoria lançado em 2005 com a chancela de O MIRANTE, que evoca um quotidiano rural desaparecido.

O imaginário mistura-se com o real. O objectivo é pintar o quadro de uma Azambuja de outros tempos e de um quotidiano rural desaparecido. O presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos, autor de “Contos Semibreves”, livro lançado em 2005 com a chancela de O MIRANTE, foi o escritor convidado na tarde de sábado, 9 de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Azambuja. Nos três contos as situações reais misturam-se com a fantasia e há nomes de pessoas que existiram na vila há meio século. É o caso da senhora Afonsa, D. Argentina do Hospital e do menino Carlos Brito. “Havia um costume, que hoje se diluiu um bocado, de se chamar os homens e as mulheres que não casavam, meninos. Havia meninos e meninas com 70 e 80 anos”, contou com humor Joaquim Ramos.Algumas histórias também são baseadas em factos reais. Como é o caso do colete desaparecido. “O Grupo Desportivo de Azambuja tinha equipamentos novos e um desapareceu. Andou toda a gente à procura de uma camisola e no dia da estreia um espectador apareceu com ela vestida. Percebeu-se quem tinha sido o responsável. . No conto “Prodígios”, que abre o livro “Contos Semibreves” de Joaquim Ramos, há uma descrição pormenorizada do clube azambujense nos anos cinquenta/sessenta. “Tinha duas grandes salas, uma para bilhar e outra para as famílias confraternizarem – mais tarde convertida em sala da televisão – que davam acesso directo à entrada. Numa das paredes jazia também um piano preto, a recordar os tempos aúreos do Clube, agora emudecido pela artrite dos mais velhos, a falta de ouvido dos sócios de meia-idade e o desinteresse musical dos mais jovens.”A viagem a outros tempos e outras vivências que está presente em todos os contos do livro: “Prodígios”, “A morte da Titi” e “A história imperfeita do milagre do Alfaro”.Joaquim A. Ramos nasceu em 1950, em Azambuja, onde vive. O seu livro retrata um quotidiano rural praticamente desaparecido. Um motivo de curiosidade para quem vive hoje numa Azambuja urbana onde a população oriunda de outros locais do país e do estrangeiro não pára de crescer. “Às cinco da manhã desse dia, já com a mula de Sebastião Regado engatada à carroça carregada, esperou que Josefa Gravina viesse buscar a criança. A velha não demorou. Pegou no pequeno ainda adormecido e pousou na carroça um saco que trouxera: toma lá! São três dúzias de ovos que juntei para o teu primeiro dia de venda. Vende-os também, ajuda a pagares o que me deves!”.
O quotidiano rural de uma Azambuja de outros tempos

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