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Câmara de Abrantes contrata ex-vereadora e líder local do PS

Isilda Jana deixou o executivo municipal em Outubro e regressou à autarquia requisitada ao Ministério da Educação

Vereadores do PSD dizem que o recrutamento de pessoal pela autarquia “é feito no interesse exclusivo da clientela socialista”.

A ex-vereadora da Câmara de Abrantes Isilda Jana, também líder concelhia do PS recentemente reeleita, foi contratada pelo município em regime de requisição de serviço. Uma medida que os dois vereadores do PSD na Câmara de Abrantes consideram “absolutamente escandalosa”, já que Isilda Jana foi vereadora com o pelouro da Cultura até Outubro passado, não se tendo recandidatado a novo mandato em nome da renovação da lista socialista. A requisição de Isilda Jana ao Ministério da Educação vigora até Agosto de 2010, sendo passível de renovação por um ano, proporcionando remuneração idêntica à das suas funções de professora. Foi chamada pela presidente da câmara, Maria do Céu Albuquerque (PS), sua colega de vereação no anterior mandato, para coordenar o projecto para instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte, explicou a autarca a O MIRANTE.Os vereadores do PSD Santana-Maia Leonardo e António Belém Coelho estranham a decisão tanto mais que Céu Albuquerque decidiu já neste mandato anular o concurso para o preenchimento de um lugar no quadro de pessoal da autarquia precisamente para um licenciado em História, por não o considerar prioritário. Funções essas que vinham sendo desempenhadas por um licenciado na área que terminou recentemente contrato, após vários anos ao serviço da autarquia, e que havia concorrido ao cargo. Face aos acontecimentos, os autarcas do PSD requereram vária documentação relacionada com esses processos, para denunciar nas “instâncias próprias”, entre as quais o Ministério Público, uma situação que consideram “absolutamente escandalosa”.As explicações da presidente da câmaraMaria do Céu Albuquerque argumenta, nas informações prestadas a O MIRANTE, que as funções de Isilda Jana não podiam ser asseguradas por pessoal da autarquia pois “devido à grandeza do projecto”, que “entra agora numa fase crucial”, a Divisão de Cultura, Museus e Património não dispunha de recursos para alocar exclusivamente a esse empreendimento.E diz também que a contratação de Isilda Jana não está directamente relacionada com esse concurso anulado. “As funções descritas para o lugar previsto no concurso, entretanto anulado, incidiam na execução de todas as actividades inerentes ao funcionamento do Museu D. Lopo de Almeida”, recorda Maria do Céu Albuquerque, assumindo que com a entrada deste novo executivo houve uma reorientação da estratégia definida para os serviços museológicos que levou a uma redefinição do quadro de pessoal.Outro entendimento têm os vereadores do PSD: “Se o Partido Socialista considerava que a ex-vereadora Isilda Jana fazia assim tanta falta na câmara, tinha a obrigação de a recandidatar ao cargo, integrando-a na lista da câmara, porque não é sério fazer crer ao eleitorado que vai haver uma renovação e, depois da vitória, meter a antiga vereadora na câmara pela ‘porta do cavalo’, como sói dizer-se, roubando o lugar ao funcionário para quem o executivo a que pertencia a dra. Isilda Jana abriu concurso que agora se anulou em benefício desta”, lê-se na tomada de posição dos vereadores do PSD na última reunião de câmara. “Em política, o que parece é. E o que parece é que o recrutamento de pessoal nesta câmara é feito no interesse exclusivo da clientela socialista”, dizem os vereadores da oposição, acrescentando que a presidente da câmara não pode contar com eles para serem cúmplices da situação. “A câmara não pode brincar desta maneira com a vida das pessoas, abrindo e fechando concursos ao sabor dos caprichos e conveniências do aparelho local do PS”.

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