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Onda sagrada do Tejo

Onda sagrada do Tejo

Primeiro o som do piano. Depois a voz de Celina Pereira. A percussão vai surgindo suavemente. E o público que enche o átrio do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, rendido aos encantos da voz que canta Cabo Verde. Não há ninguém que goste mais de Cabo Verde. Pode gostar tanto, mas não gosta mais, avisa Celina Pereira. A cantora assinala a inauguração da exposição sobre o campo de concentração do Tarrafal, mandado construir por Salazar na Ilha de Santiago, em Cabo Verde (ver reportagem nas páginas 26 e 27). É a primeira vez que pisa no solo irmão do município de Vila Franca de Xira. Apresenta um repertório de luxo com base na tradição oral que recordam os tempos de cárcere ali vivido. Primeiro uma declaração de amor por Cabo Verde. Oscila entre o Crioulo e o Português nas canções. Segue-se depois um lamento. “Lamento de alguém que esteve preso no tarrafal e - porque ficou tanto tempo nesse espaço - não teve tempo de se despedir da mãe”. Tema popular pertencente a uma memória colectiva. Até hoje lembrado e cantado com mágoa. “É um lamento, é uma realidade. É a realidade da história do meu país. É a realidade da história de Cabo Verde”. Pouco depois o som cantado, em jeito de embalo, de uma onda sagrada do Tejo tranforma o momento em magia. “(...)Um beijo de saudade para levares ao mar/ e o mar à minha terra”.Ana Santiago
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