Ricardo Mota, 21 anos, membro do Grupo de Forcados Amadores de Alcochete e residente em Samora Correia, concelho de Benavente, foi mais uma vítima mortal da perigosa Estrada Nacional 118 (EN118) que liga Porto Alto a Alcochete. O jovem despistou-se na madrugada de domingo, 18 de Abril, por volta as 03h00 junto à Ponte das Enguias em Benavente. Ricardo Mota terá perdido o controlo da viatura onde seguia sozinho, acabando por sofrer um violento embate na traseira, de um outro carro que seguia em sentido oposto. O jovem não resistiu aos graves ferimentos e acabaria por falecer no local. Uma das ocupantes da outra viatura, uma senhora de 62 anos, foi transportada em estado muito grave para o Hospital do Barreiro e depois transferida para o Hospital de São José, em Lisboa, onde estava na Unidade de Cuidados Intensivos. A condutora, com idade a rondar os 50 anos, sofreu apenas ferimentos ligeiros. As duas mulheres, residentes nas Caldas da Rainha, regressavam de férias.O jovem forcado dos Amadores de Alcochete (fardou pela primeira vez no grupo a 22 de Março de 2009, numa corrida em Santarém. Antes pertenceu aos Amadores da Moita) foi sepultado no cemitério de Samora Correia, na manhã de terça-feira, 20 de Abril, na presença de dezenas de forcados de vários grupos e centenas de amigos que não quiseram faltar ao último adeus.Na segunda-feira anterior, 12 de Abril, Ana Moreira, 29 anos, moradora no concelho do Montijo, morreu na sequência de uma colisão que envolveu outras duas viaturas, uma das quais um camião, quando se dirigia para a empresa onde trabalhava no Porto Alto. Eram cerca de 07h30 da manhã e o acidente mortal aconteceu ao quilómetro 25.5 na EN118, entre Porto Alto e Alcochete, numa zona de recta em Benavente. Os outros dois condutores envolvidos no trágico acidente sofreram apenas ferimentos ligeiros. As duas mortes foram lamentadas durante a última reunião do executivo camarário de Benavente, realizada na tarde de segunda-feira, 19 de Abril. O presidente da autarquia, António José Ganhão garantiu que vai pedir uma reunião de urgência com as Estradas de Portugal para abordar a questão da segurança.Uma das estradas mais perigosasA Estrada Nacional 118 é das mais perigosas do país com um registo de sinistralidade assinalável. Na edição de 13 de Agosto do ano passado O MIRANTE dava conta que até essa altura, e desde o início do ano, já tinham falecido 8 pessoas na estrada, que tem uma recta de mais de 13 quilómetros sem bermas que permitam o desvio das viaturas em caso de uma ultrapassagem mal calculada.Segundo as autoridades, ouvidas pelo nosso jornal nessa ocasião, “este é um local onde ocorrem muitos acidentes graves devido ao desrespeito pelas normas de segurança”. Uma das causas mais comuns é o excesso de velocidade e as ultrapassagens mal calculadas. A EN 118 tem ligação ao IC32 (Alcochete-Barreiro) que tem duas faixas de rodagem e alguns condutores quando saem do IC 32 não se apercebem de que entraram numa via diferente com uma faixa em cada sentido e não abrandam a velocidade.A necessidade de construir uma rotunda no entroncamento da EN 118 com a EN 119, ou de implementar outra solução para diminuir os riscos de acidente, também é apontada pelos condutores.