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Um jovem contador de histórias que quer ganhar a vida a escrever

Samuel Pimenta, residente em Alcanhões, lançou recentemente o seu primeiro livro
João CalhazEscreveu o primeiro conto aos 10 anos. Tinha uma página. A partir daí foi sempre a aumentar: o tamanho dos escritos e a aspiração de ser alguém no mundo das letras. Hoje, Samuel Pimenta, um jovem de 20 anos natural e residente em Alcanhões (Santarém), sabe o que quer: contar histórias. E dá asas à ambição quando assume que quer viver da escrita. Para já vai cursando Comunicação Social em Lisboa e lançou recentemente o primeiro volume de uma trilogia, com o título “O Escolhido”, que começou a ser pensado há cinco anos, iniciado há quatro anos e acabado em 2007, ano em que se registou na Sociedade Portuguesa de Autores. O segundo volume está a meio e espera dar-lhe um grande avanço nas férias de Verão. O enredo já está parcialmente delineado na sua cabeça.Começou a escrever por brincadeira. Era uma criança imaginativa, que inventava muitos mundos. E que tinha pretensões. Quando começou a escrever foi com a consciência de que queria ser lido. “Sempre tive curiosidade em saber o que os outros pensavam sobre o que escrevia”. Na mesa da esplanada do renovado Jardim da República, em Santarém, dá o peito às balas e não se refugia em modéstias: “Quando me propus escrever este livro pensei que tinha alguma qualidade para ser publicado”.Enviou o livro para várias editoras. Algumas não responderam. Outras disseram que na altura não havia possibilidade de o publicar. A única que lhe abriu as postas foi a Planeta Editora. “É preciso muita persistência para um jovem autor em início de carreira”, desabafa Samuel Pimenta, barba rala, escura como o cabelo curto, olhos vivos, discurso estruturado.Persistência e disponibilidade. Samuel estuda comunicação social em Lisboa e escreve. Poesia em qualquer lado. Prosa de preferência no recato do quarto no lar da família em Alcanhões onde vive com os pais e um irmão mais novo, que o vê como exemplo. A concentração necessária para as várias modalidades de escrita não é a mesma, diz. Na prosa, o género fantástico é, ou pode ser, uma situação passageira. Que não veio a reboque de modas, antes consequência de uma infância vivida entre a realidade e a ficção dos livros e dos filmes de animação que o transportavam para universos paralelos e dimensões mágicas. E há ainda a magia da natureza, que o inspira e fascina.“Escrevo também para me libertar, para exorcizar o que me vai no sentir. E também porque gosto de contar histórias e de ouvir histórias. Sou uma pessoa observadora que gosta de fazer a sua análise do mundo”. Escrever possibilita-lhe também pôr e dispor: “É ser quase como um Deus. Ter a possibilidade de criar e de destruir, de gerir as vidas daquelas personagens”.Fez o ensino primário em Alcanhões e depois passou pelas escolas D. João II e Ginestal Machado, em Santarém, até rumar ao ensino superior em Lisboa. Os familiares e amigos apoiam-no no seu projecto de vida. As críticas favoráveis de professores e de pessoas ligadas às letras dão-lhe conforto. Nos seus blogs na Internet (http://linhasss.blogspot.com e http://heros-o-escolhido.blogspot.com) recebe também comentários que o estimulam.Samuel assume que é influenciado por vários autores, nacionais e estrangeiros. Camões, Fernando Pessoa, Sophia Mello Breyner. Eugénio de Andrade, Miguel Torga, José Saramago, Paulo Coelho ou Hermann Hesse são para ele referências e fontes de inspiração. Habituou-se ao contacto com os livros desde muito novo. “Quem escreve deve ler muito. Foi um conselho que um dia me deram e que tento praticar”. Para além disso, pratica reiki e deixou a dança desportiva por falta de tempo. Gosta de viajar, de estar com amigos e quando acabar o curso pretende ficar por Lisboa ou ir para fora uns tempos. Provavelmente para França, país cuja cultura admira.Samuel Pimenta confia no seu valor e na sua vontade de aprender e de conhecer mundo. De procurar novos mundos, reais e imaginários, para as suas histórias que o levem um dia a ser conhecido como escritor. Apesar de estar em Comunicação Social não quer ser jornalista. Pensou nisso de início mas cedo viu que não queria ir por aí. Define o curso como uma ferramenta utilitária, que lhe permite desenvolver a capacidade de escrita e ao mesmo tempo aprender a divulgar e promover o seu trabalho adquirindo noções de marketing, relações públicas e publicidade. “O que pretendo é viver da escrita”.Uma aventura fantástica“O Escolhido” tem como personagem principal Heros e está à venda nas livrarias. Lê-se na sinopse: “Romance original que mescla fantasia, factos da História de Portugal com lendas e mitos do Norte da Europa, mitos antigos e segredos da ciência oculta, sob a pena de um jovem da cidade guardiã do Tejo, Santarém. Criadas pela lendária Deusa, Seis Chaves de Cristal com um poder avassalador e segredos ocultos só serão descobertos pel’O Escolhido que se faz acompanhar, nesta sua demanda, por Gama, descendente de herói nacional. Num mundo de mistérios e perigos iniciamos uma aventura por Lisboa, Paris e o Mar do Norte, numa junção entre o Mundo dos Humanus e o Mundo Incantatus, onde se reúnem fantasia e horror, Bem e Mal, magia e feitiçaria… embrenhando-nos numa trama verdadeiramente fantástica. Uma luta sem tréguas contra as forças do Mal…”.

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