A propósito da entrevista do ex-ministro da Agricultura, eng.º Fernando Gomes da Silva, publicada na edição de 15 de Julho, na qual o mesmo se refere de forma crítica à actuação do eng.º Hermínio Martinho, enquanto presidente da Companhia das Lezírias, no caso Portucale, recebemos do visado um pedido para a divulgação pública de “alguns factos concretos”.1- Fui eleito presidente da Companhia das Lezírias (C.L.) em 14 de Fevereiro de 1992, por decisão do então 1º Ministro, Prof. Cavaco Silva;2- A criação da empresa Portucale foi decidida e negociada pelo presidente da C.L. eng.º João Manuel Dotti, e a escritura da sua constituição foi efectuada pelo presidente que se lhe seguiu, Dr. António Júlio Simões de Aguiar, em Maio de 1991.Tudo antes da minha entrada para a C.L;3- A Companhia das Lezírias foi eleita a melhor empresa do sector agrícola em Portugal, pela 1ª vez na sua longa história, em 1995, no terceiro ano do meu mandato. Tal facto não voltou a acontecer, até aos dias de hoje;4- O Governo do Prof. Cavaco Silva decidiu renovar a eleição da minha administração para novo mandato;5- Com a chegada ao Governo do eng.º António Guterres e do vosso entrevistado fui afastado da presidência da C.L.;6- Acontece que na Assembleia Geral em que o Governo concretizou essa decisão, o relatório e contas, que apresentei e que reflectia a minha gestão, foi aprovado integralmente, sem qualquer reparo;7- Posteriormente, o Tribunal deixou claro que não havia razões para a minha saída, isto é, não havia justa causa para aquela decisão.Fica a pergunta: Qual a razão da minha demissão? O político que entrevistaram e ex-ministro, que responda se quiser e, ou, puder.Senhor Director, o que apresento são factos. Serão necessárias mais palavras? Penso que não. Mas se forem, cá estarei com estes e eventualmente outros documentos na mão.Hermínio Martinho