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Oposição no Cartaxo critica presidente da câmara por incumprimento do plano de saneamento financeiro

Oposição no Cartaxo critica presidente da câmara por incumprimento do plano de saneamento financeiro

Paulo Caldas respondeu dizendo que a oposição faliu nas ideias e nos projectos alternativos

Dívida global da Câmara do Cartaxo ascende já a 39,5 milhões de euros.

Os partidos da oposição na Assembleia Municipal do Cartaxo – PSD, CDU e BE – consideram que a maioria PS no executivo liderado por Paulo Caldas falhou em toda a linha nas medidas do plano de saneamento financeiro da autarquia 2008-2023, aprovado em Julho de 2008. Um plano que permitiu à câmara aceder a um empréstimo excepcionado de 13 milhões de euros para pagamento de dívidas de curto prazo.PSD, CDU e BE concertaram-se e obrigaram à convocação de uma assembleia extraordinária para dia 20 de Julho para salientar que a câmara não cumpriu as medidas com que se comprometeu de redução da despesa. E, ainda segundo a oposição, a maioria PS também não cumpriu a Lei de Finanças Locais, que obriga os órgãos executivos a elaborarem relatórios semestrais sobre planos de saneamento financeiro e a remetê-los para o Governo e partidos da oposição. Às críticas, principalmente de PSD e BE, o presidente da câmara, Paulo Caldas, respondeu com o silêncio em boa parte das questões concretas levantadas pelos deputados. Preferiu antes decretar que a oposição “faliu”, por não conseguir apresentar propostas e projectos alternativos e por, em seu entender, se verificar que, apesar das dificuldades, o Cartaxo vai iniciar em breve um grande ciclo de investimentos comparticipados a fundo perdido. Uma coisa Paulo Caldas confirmou: a dívida total da Câmara do Cartaxo já atinge os 39,5 milhões de euros. Para Vasco Cunha, deputado do PSD, o executivo PS fez tudo ao contrário do que se propôs até final de 2009, como demonstra o relatório levado à sessão. Conseguiu obter um empréstimo excepcionado de 13 milhões de euros para pagar dívida de curto prazo mas deixou que esse encargo atingisse mais de 14 milhões de euros. “Quis diminuir o número de funcionários e se, em 2007 tinha 395, em 2009 tinha 488. Aumentou as horas extraordinárias e as ajudas de custo em vez da prometida descida de dez por cento. Aumentou o absentismo em mais 2847 dias de faltas e as despesas com pessoal cresceram 30 por cento”, exemplificou o social-democrata. Vasco Cunha acrescentou que o prazo médio de pagamento a fornecedores pela autarquia era de 401 dias no final de 2009. “Por estas razões é que a dívida total da câmara é de cerca de 42 milhões de euros, a somar mais três milhões da Empresa Rumo 2020, e estamos perante um buraco financeiro”, concretizou.Por parte do BE surgiram dúvidas semelhantes e muitas críticas à forma como Paulo Caldas gere o município. Segundo Pedro Mendonça, a autarquia falhou ao pretender vender património como o Campo de Feira, que prometeu não alienar. “Previa poupança, fazendo aquisições através da central de compras do Estado, e não o fez, além de falhar a toda a linha nos pagamentos a fornecedores”, exemplificou Pedro Mendonça, lembrando ainda o crescimento da despesa com horas extraordinárias e abaixamento das receitas. Paulo Caldas ouviu as críticas e acusações e respondeu que em matéria de gestão camarária a avaliação foi feita em 2009 pelos munícipes que lhe deram mais uma maioria absoluta. “O que preocupa a oposição e que denuncia a sua falência é que, apesar das dificuldades, estamos a fazer a esquadra da PSP, vamos fazer a nova escola EB 2/3 e outros investimentos comparticipados a 80, 90 e 100 por cento. O povo já não acredita em mentiras e em quem não apresenta uma ideia positiva para o concelho”, respondeu Caldas, comprometendo-se em pagar a dívida da câmara com o valor das rendas que vai receber nos primeiros quatro anos do contrato de concessão das águas.
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