O presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), criticou esta segunda-feira o Partido Socialista local por olhar para a dívida do município “como se estivesse a olhar para o Diabo”. O autarca respondia a uma intervenção do vereador do PS António Carmo na reunião do executivo, onde este referiu que a dívida da autarquia subiu de 79 para 82 milhões de euros desde 31 de Dezembro de 2009 até ao dia 9 de Junho – data do documento que foi apresentado à assembleia municipal para conhecimento dos eleitos. “Há muitos anos que o PS de Santarém tem um complexo muito traumático com a dívida da câmara municipal. Mas quem fez uma declaração solene da falência da Câmara de Santarém não fui eu, foi um líder da câmara que tomou posse no início de 2002”, declarou Moita Flores aludindo a uma entrevista dada pelo seu antecessor, o socialista Rui Barreiro, a um jornal nacional pouco depois de ter sucedido ao seu camarada de partido José Miguel Noras.Moita Flores recordou também que foi o PS quem, no início do anterior mandato, chumbou uma operação financeira designada por leaseback que tinha por finalidade “o esmagamento da dívida” da autarquia. Acusou os socialistas de “não terem tido talento” para resolver o problema e quererem agora que ele actuasse como um “contabilista” e se limitasse a pagar as dívidas dos seus antecessores. “Como membro do PS o senhor não tem autoridade moral para falar disso, porque foi o PS quem declarou que a câmara estava falida e que impediu uma solução”, acentuou dirigindo-se a António Carmo.O presidente da câmara afirmou que nos próximos tempos deverá registar-se um encaixe financeiro decorrente das negociações com o Governo no âmbito da deslocalização do novo aeroporto de Lisboa e também da entrada do parceiro privado na empresa municipal Águas de Santarém.