Susana Feitor e João Vieira deixam Clube Natação de Rio Maior após 23 anos de ligação
João Vieira é desde 1 de Outubro atleta do Sporting enquanto Susana Feitor passou a individual
Ao fim de 23 anos de ligação, muitos títulos e medalhas Susana Feitor e João Vieira deixaram o Clube Natação de Rio Maior (CNRM) para abraçar outros desafios. Susana Feitor passa a atleta individual, apesar de em última hora surgido o interesse do Benfica. João Vieira assinou contrato de um ano pelo Sporting. As inscrições terminaram a 30 de Setembro.Nem os atletas nem dirigentes e técnicos vêem dramatismo na situação. Para João Vieira foi a oportunidade de, aos 34 anos, aproveitar uma boa proposta apresentada pelo Sporting. “Nos últimos quatro anos que tinha uma vivência um pouco à parte da orientação técnica do CNRM. Sempre entendi que era treinador de mim mesmo e não concordando com certas pessoas e atitudes dentro do clube. Podia ter saído a qualquer momento e entendi que esta era a melhor altura face a uma proposta muito forte apresentada pelo Sporting”, refere João Vieira a O MIRANTE.Para o marchador a ligação a Rio Maior continua, com a utilização das infra-estruturas desportivas. Assinou um contrato de um ano que pode ser renovado por períodos idênticos. Aos 34 anos, João Vieira ainda tem objectivos competitivos pela frente. “Ainda tenho alguns anos de atletismo pela frente, a começar pelo projecto olímpico de 2012”, conclui o atleta.No caso de Susana Feitor as razões são diferentes. No seu blog na internet a atleta diz que amadureceu a decisão de saída de clube há algum tempo e dá um conjunto de razões. Como o que chama a “complicada gestão da secção de atletismo” e o menor “dinamismo e pujança” do trabalho técnico com conjunto com o treinador Jorge Miguel. A O MIRANTE a atleta especifica que a decisão de sair não teve a ver com questões financeiras e políticas, mas sim com a organização em torno do clube e o apoio aos atletas. “A minha decisão é um alerta deixado ao clube e à sua forma de organização. Chego a uma fase final de carreira e tudo ainda funciona como desde sempre, dependente do dinheiro que chega da câmara, que tanto pode chegar em Junho como em Dezembro. É uma gestão complicada quando se tem de fazer preparação, suportar equipamentos e outros encargos a não ser que se seja atleta em projecto olímpico e há um apoio directo a essas despesas. No meu caso tinha o apoio da câmara e das Carnes Nobre até ao Verão de 2009, mas o clube deve tentar conseguir mais apoios externos”, analisa Susana Feitor. Com 35 anos e após 23 anos ao serviço do CNRM, Susana Feitor não aponta o dedo a ninguém e garante que continua riomaiorense e a fazer uso do complexo da cidade. Mostra-se grata ao trabalho realizado com Jorge Miguel, tanto pessoal como profissionalmente. E refere que o interesse do Benfica em contratá-la surgiu nas horas finais do fecho das inscrições, como um coelho que sai da cartola, mas não se chegou a acordo entre clubes para a transferência.Sobre o futuro competitivo, Susana Feitor diz que se sente com capacidade para lutar por um dos três lugares que estão em aberto entre as atletas femininas da marcha para os Mundiais da Coreia do Sul, que se disputam em Agosto de 2011. Autarquia sugere maior autonomia do CNRM e que desporto profissional tem de ajudar nas despesas da Desmor Durante a última reunião de câmara, a presidente da autarquia abordou a situação da saída dos atletas a propósito de questão colocada pelo vereador do PS, Guilherme Gaboleiro, sobre a política desportiva do município. Isaura Morais entende que o CNRM deve fazer o mesmo que outros emblemas do concelho que, apesar dos apoios municipais, garantem as suas actividades com maior autonomia em relação à autarquia, como no andebol, no basquetebol e no futsal. Admitindo que as verbas protocoladas tanto têm chegado em Agosto, como em Outubro ou Dezembro, Isaura Morais afirmou que em vez de o desporto profissional ser apoiado pela câmara deve ser este a comparticipar nas despesas da Gesmor.Guilherme Gaboleiro, também presidente do CNRM, lembra que é difícil para o clube conseguir patrocínios quando já recebe dois subsídios camarários, um mais pequeno e outro pela utilização das infra-estruturas desportivas municipais pelos atletas do clube. Quanto à saída de João Vieira e Susana feitor, o presidente do CNRM lamenta as suas opções mas diz esperar que outros atletas irão surgir no futuro. “Se calhar, se o contrato-programa do qual temos a receber 33 mil euros tivesse chegado em Maio e ainda estamos em Outubro à espera, provavelmente as saídas dos atletas não se poriam”, refere Guilherme Gaboleiro, lembrando que atletas e técnicos recebem 200 euros de apoio às suas deslocações em treino e competição.
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