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Manuel Gonçalves

Manuel Gonçalves

55 anos, advogado, Tomar

Nasceu em Ourém a 20 de Março de 1955 mas veio viver para Tomar com 10 anos. Foi na cidade templária que viveu até entrar em Direito na Universidade Clássica de Lisboa. Regressou logo após ter terminado o curso. Advogado há 27 anos, integra há cerca de um ano e meio uma sociedade de advogados com sede na Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, junto à Várzea Grande. É casado e tem dois filhos, de 12 e 18 anos. Quando não está a trabalhar, gosta de estar com a família, os amigos ou eventualmente a cuidar do jardim.

Desde muito cedo que pensei que o Direito seria a minha vida. Tive uma hesitação, no 6.º ano, pressionado por algumas pessoas, e pensei em ir para Economia mas retomei o meu caminho porque era isto mesmo que eu queria fazer. Tinha um primo que foi juiz e, por outro lado, sentia que tinha esta vocação dentro de mim. Penso que sou advogado por sentir atracção por este tipo de matérias e por essa influência familiar.Apesar de ter raízes em Ourém, sinto Tomar como minha terra. Vim para cá com dez anos. Tirei o curso de Direito na Universidade Clássica em Lisboa com 25 anos e regressei a Tomar para fazer o estágio de um ano e meio com o Dr. Manuel Machado, uma figura muito conhecida da advocacia nesta cidade. Trabalhei muitos anos sozinho até constituir a sociedade de advogados de que hoje sou sócio.O Direito criminal acolhe talvez a minha preferência. Não passa tanto pelo trabalho de preparar as peças escritas, que também temos que fazer, mas há mais proximidade com a prova, com o julgamento, com os factos do imediato. As alegações finais, embora seja a parte mais visível, são apenas uma parte de um julgamento. Na prática, e devido aos prazos que temos que cumprir, não tenho muito tempo para escrever as alegações finais pelo que tem que existir muito improviso. Claro que os processos mais complexos têm que ser preparados com muito cuidado e com mais atenção aos pormenores. A justiça hoje está um caos. De três Faculdade de Direito, no meu tempo, passámos para mais de trinta, o que é manifestamente excessivo. Penso que a degradação do ensino do Direito começou com o “cavaquismo”. Temos tido um poder político fraco que tem permitido que as classes/corporações da justiça dela se tenham apropriado, estando nela sobretudo para ganhar mais, trabalhar menos, para incrementar o seu estatuto. Esse é um problema fundamental da Justiça Portuguesa.Marinho Pinto, o bastonário da Ordem dos Advogados, é uma voz corajosa da justiça contra a injustiça. Podia estar, do ponto de vista pessoal, numa melhor posição mas anda aí a lutar por uma causa de cidadania que é a justiça. Não temos uma justiça ao serviço dos cidadãos mas ao serviço de quem a administra. É uma aberração os juízes, que constituem um dos órgão de soberania do Estado, terem um sindicato, fazerem mesmo greve como já aconteceu.Sempre tive esta ideia de voltar para Tomar. Se calhar, numa perspectiva de interesse prático, podia ter ficado a trabalhar em Lisboa ou ter-me fixado em Ourém, uma comarca com mais potencialidades desse ponto de vista, mas, quase naturalmente, optei por Tomar. A minha vinda para cá coincidiu com a derrocada da estrutura económica do concelho, que assentava em médias e até grandes empresas mas que não resistiriam à voracidade da evolução pós 25 de Abril. Também considero que andámos adormecidos em termos políticos. Sou um defensor da ecologia e das questões ambientais. E neste momento sou director da estrutura concelhia de Tomar de apoio à candidatura do Dr. Fernando Nobre à Presidência da República. Tenho perdido muitas horas e dias a tentar empurrar isto para a frente com a ajuda de um núcleo empenhado. Parece-me que a causa vale o esforço. É um candidato com um passado de inegável mérito e que renunciou a tudo para fazer o bem. Por outro lado, do ponto de visto político, nunca esteve ligado a partidos, constitui uma verdadeira alternativa ao carreirismo, ao compadrio e à incompetência. Uma candidatura de esperança em ruptura com o status político vigente. Tenho, actualmente, muito pouco tempo livre. É difícil desligar a ficha nesta profissão e actualmente, quando não estou a trabalhar, estou empenhado na causa do Dr. Fernando Nobre. Tento reservar o meu número de telemóvel e por norma, tirando o sábado de manhã, não venho ao escritório ao fim-de-semana. O meu único passatempo é a jardinagem. Serve-me de terapia. Já fiz bicicleta todo-o-terreno mas agora não consigo conciliar. Não tenho lemas de vida mas sinto que é importante ter princípios, preservar valores. Prezo muito o respeito pelo próximo e a solidariedade.Elsa Ribeiro Gonçalves
Manuel Gonçalves

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