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Uma vida dedicada à restauração de quem também pensou em ser mecânico

Uma vida dedicada à restauração de quem também pensou em ser mecânico

Joaquim Pinheiro é proprietário do restaurante O Pinheiro, em Almeirim, há 18 anos

A casa ganhou força com a realização do mercado mensal ao lado da praça de touros.

São 10h30 de domingo, 26 de Dezembro, e Joaquim Pinheiro está sentado numa dispensa transformada em mini-escritório onde faz contas à vida. Dentro de pouco tempo tem de se juntar aos 20 empregados do restaurante O Pinheiro, em Almeirim, situado em frente à praça de touros, para mais um dia de trabalho. Dias que começam cedo e só acabam de madrugada.Joaquim Pinheiro Cardoso, empresário de restauração, natural de Foros de Benfica, concelho de Almeirim, tem 51 anos e uma vida de sucesso ligada ao restaurante que criou há 18 anos. Começou com 12 anos a trabalhar num café-mercearia para ajudar a família. O pai morreu quando Joaquim tinha 16 anos e foi trabalhar para um restaurante do Cartaxo, propriedade de familiares. De regresso a Almeirim, trabalhou dois anos numa empresa de frio para ter mais tempo para namorar mas não se desligou do bichinho da restauração. Passou anos mais tarde pelos restaurantes mais conhecidos de Almeirim, antes de se estabelecer por conta própria, pela primeira vez, numa cervejaria às portas da cidade. “Estive aí durante três anos mas o que eu queria mesmo era ter um restaurante. Soube que a casa onde hoje tenho O Pinheiro tinha o trespasse para venda e comprei-o. Já lá vão 18 anos”, conta Joaquim Pinheiro.A casa ganhou força com a realização do mercado mensal ao lado da praça de touros. A promoção da típica sopa da pedra contribuiu para uma maior visibilidade, a que se juntou mais recentemente a construção da A13. Joaquim Pinheiro levanta-se às sete da manhã e deita-se à uma ou duas da madrugada. As carnes e enchidos são preparados de véspera. De manhã, quando chega ao restaurante, Joaquim Pinheiro organiza a casa. Põem-se as panelas ao lume. Depois da carne é a vez de amanhar e preparar o peixe que faz regalar os olhos dos clientes nos balcões frigoríficos à entrada.Perto das 11h45 é quando começam a chegar os primeiros clientes. Joaquim Pinheiro vai para o grelhador. Passam por si todas as doses servidas no restaurante, de acordo com os pedidos feitos. O ritmo não abranda até às três da tarde.É entre o final da tarde e o jantar que Joaquim Pinheiro se desloca ao Mercado Abastecedor de Lisboa para comprar hortaliças e outros produtos hortícolas. A carne e o peixe são levados ao restaurante por fornecedores habituais. O trabalho do almoço repete-se ao jantar para Joaquim Pinheiro, que só tem direito a fazer o mesmo que os clientes perto da meia-noite. A FAMÍLIA TEM BOA DOSE DE RESPONSABILIDADE NO ANDAMENTO DA CASA Até há pouco tempo, a esposa Ana Maria ajudava na cozinha. A filha Raquel é quem toma conta das sopas, para as mesas e para os clientes que vão buscá-las ao restaurante para comer em casa. O genro de Joaquim Pinheiro tem a seu cargo a secção de sobremesas. Joaquim Pinheiro tem outra filha mais nova que estuda e outro filho que é empregado bancário mas que também dá uma mãozinha ao fim-de-semana. Joaquim Pinheiro começou por apostar mais no peixe em terra onde se comia mais carne. As cabeças de peixe cozidas e grelhadas tornaram-se especialidades da casa assim como outros peixes, com destaque para o cherne. Mas não faltam carnes de todos os géneros. O Pinheiro é conhecido por servir bem e a preço aceitável. “São doses que dão para duas pessoas. Não vale a pena tentar explorar muito o cliente e apostar mais em preservar postos de trabalho. É preferível ter mais clientes à mesa, rodar mais vezes e trabalhar mais. Não é por acaso que temos crescido todos os anos, mesmo em tempo de crise”, defende o empresário.Joaquim Pinheiro aumentou a capacidade do restaurante para 220 pessoas mas as filas continuam. Os clientes chegam de Almeirim, muitos de Santarém e bastantes que passam para sul e para norte pela Auto-estrada A13. “Esta via foi muito boa para nós e fez Almeirim desenvolver-se muito”, opina Joaquim Pinheiro. De entre várias figuras conhecidas que passaram pelo restaurante, Joaquim Pinheiro lembra-se de um dia ter aparecido à porta o actor Joaquim de Almeida com três guarda-costas. Um deles pediu ao proprietário que arranjasse uma sala reservada para o actor. “Eu na altura nem sabia quem ele era! Pensei nos Almeidas que havia aqui em Almeirim. Mas foi impecável no trato e lembro que pediu rinzada de borrego. Passou por Almeirim porque ia a caminho de uma corrida de touros das Festas de Coruche”, conta Joaquim Pinheiro, lembrando-se ainda da presença de cantores como Tony Carreira, Simara, e jogadores de futebol.
Uma vida dedicada à restauração de quem também pensou em ser mecânico

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