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Milhares de leitores de Saramago visitam museu na Azinhaga para conhecer origens do Nobel

Milhares de leitores de Saramago visitam museu na Azinhaga para conhecer origens do Nobel

Pólo da Fundação José Saramago acolheu cerca de sete mil pessoas desde 2008

Edifício tem uma livraria, um ciber-café e no primeiro andar pode ser visitado um pequeno museu com objectos que pertenceram aos avós maternos do escritor.

O pólo da Fundação José Saramago na Azinhaga, aldeia natal do escritor, recebeu cerca de 7.000 visitantes desde a inauguração, em 2008, sobretudo portugueses, mas também muitos espanhóis e brasileiros que querem conhecer as origens do Nobel.O pólo da Fundação José Saramago acolhe no piso térreo uma livraria, o ciber-café, os serviços administrativos, e no primeiro andar pode ser visitado um pequeno museu com objectos que pertenceram aos avós maternos do Nobel da Literatura.Ana Maria Hugues, responsável pelo espaço, disse que o número de visitantes desde a abertura “deverá perfazer sete mil no final do corrente Junho”, estimou. “Os visitantes são sobretudo portugueses, mas há também muitos estrangeiros”, avaliou, acrescentando que foram contabilizados até ao momento 17 nacionalidades diferentes de visitantes de todas as idades.Espanhóis e brasileiros estão entre os fãs mais numerosos do autor - falecido fez sábado, dia 18 de Junho, um ano - mas também alemães, holandeses, norte-americanos, argentinos e uruguaios. “Muitos dos visitantes já leram todos os livros de Saramago e vêm aqui para associar o lugar ao escritor. Alguns comovem-se e choram”, referiu, sobre o interesse dos admiradores do escritor em conhecer as origens da família, a terra natal, os lugares onde brincava e passeava.As estantes da livraria contêm a vasta bibliografia de Saramago em português e noutras línguas: “Manual de Pintura e Caligrafia”, “A Jangada de Pedra”, “O Homem Duplicado”, “Todos os Nomes”, “In Nomini Dei”, “Viagem a Portugal”, “Folhas Políticas”, “Deste Mundo e do Outro”, entre outros livros.No primeiro andar, o público pode ver, entre outros, objectos evocados por José Saramago no livro “As Pequenas Memórias”, como a cama de ferro dos avós maternos - Jerónimo e Josefa - pintada em tons rosa, amarelo e verde, e a arca das favas, forrada com exemplares da época do jornal “O Século”.A casa na Azinhaga onde o Nobel da Literatura nasceu, em 1922, já não existe - foi demolida entretanto, e no terreno, adquirido por particulares, foi construída uma vivenda - mas o lugar está assinalado com uma placa.Saramago viveu na Azinhaga, concelho da Golegã, até aos dois anos, deixando a aldeia com os pais, que se mudaram para Lisboa, mas voltou anualmente à aldeia para passar as férias do verão até aos 15 anos.Os avós são duas figuras especiais dos afectos do escritor. Viviam de uma pequena criação de porcos na aldeia, e no livro “As Pequenas Memórias” o escritor recorda que, no frio do Inverno, levavam os bacorinhos mais débeis para a cama, para os aquecer, salvando-os de uma provável morte.O original deste livro, e a obra “Viagem a Portugal”, estão em destaque no interior do pequeno museu onde os visitantes podem ver materializadas algumas recordações de Saramago.
Milhares de leitores de Saramago visitam museu na Azinhaga para conhecer origens do Nobel

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