O mundo anda à rasca. Não é só uma geração que anda à rasca. São os velhos e os novos. A economia europeia, a portuguesa, a banca, o governo, as câmaras e, claro, os pescadores. Quando a crise bate o elo mais fraco é que sofre sempre. A amêijoa tem sido uma forma de centenas de pessoas ganharem dinheiro ilegalmente nas barbas da polícia. O que seria melhor? Legalizar a apanha e deixar que o Estado (ou seja, todos nós) encaixasse algum dinheiro com a operação ou continuar a deixar este contrabando continuar? Acho que seria a primeira opção. Toda a gente sabe que não há peixe no Tejo. Isso foi “chão que deu uvas”. A amêijoa é que tem posto o comer na mesa para muita gente. Da maneira como a vida se está a desenhar, dentro de pouco tempo também eu vou dedicar-me a pescar amêijoa, porque dava-me imenso jeito ganhar uns trocos por fora. E não me venham dizer que ela não presta para comer. Não há nada que uma boa cozedura a 110 graus não mate.César Cruz