O motocross não faltou às festas de Perofilho
Pilotos da região participam na prova atraídos pelo desporto e pelos prémios pecuniários
Circuito realiza-se pelo quinto ano consecutivo na localidade situada perto de Santarém.
Vestido a preceito com o fato de competição André Sérgio coloca o capacete e monta-se na sua moto. Concentra-se para a prova que começa dentro de momentos. Tem 11 anos, é natural de Fazendas de Almeirim e participa na prova motocross de Perofilho (concelho de Santarém) desde o início, há cinco anos. É um dos mais jovens participantes. Aos quatro anos experimentou uma mota pequena que o pai - também ele participante em provas de motocross - tinha lá em casa e a paixão foi crescendo. Actualmente André Sérgio participa em provas quase todos os fins-de-semana tendo já sido campeão nacional de 50 centímetros cúbicos (cc) na sua faixa etária.A mãe, Maria João, explica que o facto do filho ter enveredado pelas motos foi algo natural uma vez que já dentro da barriga da mãe acompanhava os pais nas provas de motocross. Maria João confessa que só este ano, que o filho mudou de escalão, é que começou a ter mais medo. “Este ano passou para uma cilindrada maior por isso já fico mais preocupada porque a competição já é mais a sério. Tenho medo que se aleije”, conta a O MIRANTE antes do início da prova.O barulho dos motores a acelerar é uma constante. Minutos antes do arranque da prova um tractor que transporta uma cisterna carregada de água rega a pista onde os pilotos vão correr. O objectivo é que a areia não levante muito pó durante a competição. Antes da prova os concorrentes verificam se a mota está em condições, outros descansam à sombra e outros aproveitam para conversar descontraidamente.Luís Ferreira vem de Vale de Cavalos, concelho da Chamusca, e confirmou o seu favoritismo ao vencer a prova em duas rodas. O jovem de 23 anos integra uma equipa de todo-o-terreno (TT) e todos os fins-de-semana participa em provas de campeonatos nacionais. Já conquistou o título de campeão nacional de motocross e todo-o-terreno. Actualmente tem também uma loja de motas e uma escola para pilotos de motocross e TT.Sentado em cima da sua motoquatro, Marco Cardoso aguarda serenamente o início da prova. O jovem de 27 anos veio de Salvaterra de Magos para participar no circuito. Confessa, em jeito de brincadeira, que este é um passatempo dispendioso e que “também” aleija um bocadinho mas que “vale a pena” as nódoas negras e mazelas que de vem em quando surgem.Marco Cardoso já ganhou algumas provas, mas nenhuma “muito importante”, embora gostasse que isso acontecesse. Sempre que pode participa em provas. Confessa que grande parte do dinheiro que ganha todos os meses é gasto no seu passatempo preferido. “Uns gostam de futebol, eu gosto de motoquatro”, conclui.Prova traz visitantes às festas de PerofilhoO circuito de motocross e quadcross de Perofilho realiza-se há cinco anos e integra o cartaz das festas da localidade do concelho de Santarém, que este ano se realizaram entre os dias 8 e 11 de Julho. O primeiro prémio, este ano, dava direito a receber 160 euros. Foi um grupo de amigos, que tem em comum a paixão pelas motas, que decidiu criar a corrida. “A prova não dá lucro directo mas traz muitas pessoas a participar, que passam aqui o dia e consomem no bar da colectividade e é assim que conseguimos angariar dinheiro para as festas”, explica Marco Ricardo, membro da organização e também ele um apaixonado por motas.Aos fins-de-semana este grupo de amigos junta-se e participa em provas no distrito de Santarém e um pouco por todo o país. Quando não vão a provas correm pelos campos da lezíria ribatejana. O circuito de racing envolve alguma logística e dá trabalho a organizar mas este grupo de amigos fá-lo por carolice e por amor à terra que os viu nascer ou onde escolheram viver.
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