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Maior fatia dos custos das 7 Maravilhas da Gastronomia assumida pela Câmara de Santarém

Autarquia vai desembolsar 70 mil euros, sem contar com o apoio logístico, o que desagrada aos vereadores da oposição
É só fazer as contas: 10 mil euros é quanto vai custar aos cofres da Câmara de Santarém cada uma das 7 Maravilhas da Gastronomia, concurso nacional que se encontra a decorrer e cujos vencedores vão ser anunciados em Santarém lá para o início do Outono. O executivo municipal decidiu na segunda-feira assumir a contrapartida nacional (no valor de 120 mil euros) da candidatura a fundos comunitários apresentada pela Entidade Regional de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo (T-LVT) para financiar o projecto, ficando a Entidade de Turismo de garantir 50 mil euros desse montante.Contas feitas, o executivo municipal desembolsa a parte de leão (70 mil euros) da componente nacional, sendo o preço a pagar pela promoção que Santarém vai ter à conta desse concurso de exaltação da gastronomia portuguesa e que tem ainda como parceiro a RTP. Essa foi, em linhas gerais, a explicação dada pelo vereador do Turismo Vítor Gaspar (PSD) para defender esse apoio, mas a argumentação não convenceu os dois vereadores da oposição, que votaram contra.António Carmo (PS) considera que os 70 mil euros são “uma verba significativa” num momento em que o município vive sérias dificuldades financeiras e tem compromissos por liquidar com múltiplas entidades, como fornecedores, associações, colectividades e juntas de freguesia. “Não sou contra o evento em si, mas sim por ser dispendioso”, ressalvou o vereador socialista, acrescentando que os credores da autarquia “terão dificuldade em perceber” esta disponibilidade financeira.Reconhecendo que a promoção da cidade feita através da RTP 1 no âmbito desse concurso é uma mais valia para a cidade, António Carmo defende que mesmo assim a autarquia devia ser “mais cuidadosa com os custos financeiros subjacentes”. “Teremos de ser mais contidos, fazer uma promoção menos dispendiosa, com mais imaginação”, afirmou, lembrando que no âmbito deste concurso o município tem cedido instalações e apoio logístico, o que só por si deveria ser suficiente. Ludgero Mendes (PS) concorda que é necessário promover a cidade mas defende caminhos diferentes para lá chegar. Sendo favorável à realização do concurso, o vereador entende que sendo o mesmo de carácter nacional não faz sentido ser a Câmara de Santarém a arcar com a maior parte dos custos, para mais tendo como parceiros o Ministério da Agricultura e a Secretaria de Estado do Turismo. “Por isso esperava-se que essas entidades assumissem também co-parceria nos custos desta organização”, argumentou.Criticou ainda a maioria PSD de apresentar a proposta como um facto consumado. “Não ignoramos que Santarém, por ser a cidade de acolhimento, tenha de assumir alguns custos, mas não aceitamos que os assuma por completo. Estamos a pagar uma iniciativa que vai destacar pratos de outras zonas do país, porque não há nenhum de Santarém e o único da região é a Sopa de Pedra de Almeirim”, considerou Ludgero Mendes.Vítor Gaspar defendeu a proposta com a projecção que a iniciativa tem dado e vai continuar a dar à cidade. “Se tivéssemos de pagar estas horas todas de televisão este dinheiro não chegava”. E acrescentou: “Não podemos ter um discurso e depois, quando chega a hora de fazer, não fazer”.

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