Dois mil e quinhentos euros em tempo de crise são sempre uma preciosa ajuda e quem os quiser ganhar pode candidatar-se ao Prémio de Poesia Mário Viegas 2011/2012, promovido pelo Centro Cultural Regional de Santarém (CCRS), desde que entregue uma obra inédita de poesia até 30 de Abril de 2012. O lançamento do prémio de âmbito nacional, criado em 2003 com periodicidade mas que, curiosamente, se tem realizado de 4 em 4 anos (vai agora para a terceira edição), decorreu na manhã de sexta-feira, 11 de Novembro, no Fórum Actor Mário Viegas, em Santarém. A colaboração da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, que custeia a verba a atribuir ao poeta vencedor, permitiu reactivar o prémio que visa homenagear o seu patrono e promover a criatividade poética. Porque as receitas do CCRS só dão para as despesas correntes.O júri do prémio será presidido por Tiago Torres da Silva, indicado pela Sociedade Portuguesa de Autores, e integrará ainda José Domingos Lobo, Manuel Freire, Purificação Nunes e Rosalina Melro.A presidente do CCRS, Lurdes Asseiro, afirmou que o regresso do prémio só foi possível graças à assinatura do protocolo com a Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, que financia na totalidade o valor a atribuir. “Temos a expectativa de que sejam muitas as obras a concorrer”, disse, referindo que o prazo para entrega das obras a concurso coincide com o mês de falecimento de Mário Viegas e o da entrega do prémio (Novembro de 2012) com o mês de nascimento.O lançamento do prémio coincidiu com o ciclo de homenagem a Mário Viegas, organizado pelo CCRS em parceria com o Cine Clube de Santarém e com a associação LPV - Museu do Bem Estar (criada pela família do actor), que constou da exibição durante o fim de semana de alguns filmes cujos elencos contaram com a participação de Mário Viegas. Muitos dos objectos que lhe pertenceram podem ser vistos numa exposição patente no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.Nascido a 10 de Dezembro de 1948, em Santarém, cidade onde passou a infância, Mário Viegas foi actor, encenador, “recitador e amante da poesia”, de que foram exemplo os programas televisivos “Palavras Ditas” e “Palavras Vivas” e as várias gravações por si realizadas, tendo ainda fundado três companhias de teatro. À frente do CCRS desde Janeiro, Lurdes Asseiro afirmou que o centro tem procurado resolver o passivo que pesa sobre a instituição, sendo preocupação da actual direcção garantir a sustentabilidade das numerosas actividades que tem vindo a promover.