Dois moradores reúnem em livro a história do Sobralinho
José Sousa Sardinha e João Pedro Baião demoraram dois anos a compilar o trabalho
A freguesia do Sobralinho, no concelho de Vila Franca de Xira é uma terra “triste”, é hoje um dormitório e está a perder a força de outros tempos. A opinião é de José Sousa Sardinha e João Pedro Baião, autores do livro “Sobralinho e suas gentes”, uma compilação da história da freguesia e das pessoas que, ao longo de décadas, a foram dinamizando. O livro é o resultado de dois anos de recolha de material, nos arquivos do museu municipal de Vila Franca e na Torre do Tombo, em Lisboa. O objectivo dos dois autores - ambos moradores no Sobralinho - é manter acesa a história da freguesia e das pessoas que a marcaram. “Desde o senhor que acendia e apagava os candeeiros a petróleo até à parteira da terra”, explica João Baião a O MIRANTE. A personalidade mais recente retratada no livro é a jovem atleta Ana Catarina Pereira, que com 17 anos é já vice-campeã mundial de futsal. O prefácio da obra é da autoria da presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria da Luz Rosinha (PS). O livro começou a ser escrito por José Sousa Sardinha, de 75 anos. “Já queria há muitos anos fazer qualquer coisa em prol do desenvolvimento da terra. Adoro escrever desde pequeno e aproveitei a oportunidade”, conta. Depois juntou-se o seu amigo João Pedro Baião.As colectividades, associações, fábricas e os bairros habitacionais são alguns dos capítulos do livro. “Temos uma vida pura no Sobralinho, é um excelente local para viver. Temos também águas maravilhosas. Mas é uma terra que está a ficar mais triste, cada vez se parece mais com um dormitório e nota-se que as pessoas estão a empobrecer”, lamenta José Sardinha. Opinião semelhante tem José Baião. “Antigamente as pessoas vinham mais aos bailes das colectividades, hoje não é tanto assim. Há outras distracções”, confessa. Um dos registos que mais orgulha os autores é a transcrição das cartas originais enviadas ao rei D. Carlos I pelas vizinhas freguesias de Alhandra e Alverca. Ambas reclamavam a posse do Sobralinho. Alverca acabaria por vencer a batalha e ficar com o Sobralinho mas mais tarde a vila viria a transformar-se em freguesia por direito próprio. O livro tem uma tiragem de 1500 exemplares e será apresentado ao público no palácio do Sobralinho no dia 19 de Novembro pelas 16h00.
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