Gosto de viajar mas não gosto de andar de avião
Tiago Ribeiro de Carvalho, 35 anos, perito avaliador, Torres Novas
Nasceu a 20 de Agosto de 1976. Em pequeno queria ser engenheiro mecânico ou civil mas acabou por encontrar na avaliação de imóveis uma vocação, tornando-se perito em 2007, após ter experimentado o ramo imobiliário. É casado, não tem filhos e divide a sua vida entre a terra natal e Lisboa, onde mora. Nasceu com o bichinho da política e tem ambições neste campo. De quinze em quinze dias faz voluntariado na Comunidade Vida e Paz, distribuindo alimentos aos sem abrigo.
Em criança gostava de ser engenheiro civil ou mecânico. O meu pai dava-me um carro e eu desmontava-o ao invés de brincar com ele. Acabei por ir estudar Engenharia Mecânica para Coimbra mas interrompi o curso no 3.º ano para me dedicar à restauração e abri dois estabelecimentos de diversão nocturna em Torres Novas. Paralelamente, inscrevi-me no curso de Gestão Imobiliária, em regime pós-laboral. Foi paixão à primeira vista. Ia para Lisboa às seis da tarde, frequentava as aulas e à noite ainda ia trabalhar para os meus bares.Sou cinturão negro de judo. Desde o 7.º ano que fazia judo de competição e parei quando comecei a trabalhar. Foi por causa do Judo que fui estudar para Coimbra uma vez que passei a pertencer à ACM Coimbra. Fiz parte da Associação Académica de Coimbra durante quatro anos, onde tive um papel muito activo. Fui sócio fundador de dois projectos muito interessantes: a criação de uma empresa que arranjava trabalhos em part-time aos estudantes e a reconversão de um imóvel devoluto de Coimbra numa residência de estudantes gerida pelos próprios. O projecto foi financiado pelo Fundo de Apoio ao Estudante e ainda hoje funciona. Em 2006 comecei a colaborar com uma mediadora em Torres Novas na venda de imóveis e ganhei esse bichinho. Foi nessa altura que decidi fazer a licenciatura, em regime pós laboral, em gestão imobiliária. Acabei o curso em 2009 e podia ter ido para a área de gestão de imóveis ou avaliação imobiliária. O curso é reconhecido pela Comissão do Mercadde Valores Mobiliários para peritos avaliadores, ou seja, reconhece que aquela pessoa tem capacidade para avaliar aqueles bens. E vi que não havia muitas pessoas a trabalhar nisto. O meu trabalho mais marcante foi a avaliação do património da Universidade de Évora. Trabalho com particulares em partilhas dando uma estimativa dos imóveis. Sou muitas vezes chamado pelos tribunais para emitir o valor justo dos bens que são para dividir. E trabalho com contabilistas que querem colocar os imóveis na contabilidade das empresas pelo seu justo valor. Divido a minha semana entre Lisboa e Torres Novas. De segunda a quinta-feira estou cá mas à sexta gosto de regressar á capital e aproveito para me sentar em frente ao computador e dedicar-me às avaliações. Trabalho muito ao sábado. Não tenho um horário fixo. Apostei muito na minha formação e sei que vou colher esses frutos. Para mim a política tem que passar por servir os outros. Fui presidente da JSD de Torres Novas entre 2004 e 2005. Se fizéssemos mais pelos os outros não havia tanto queixume e pobreza de espírito. Devia haver menos consumismo e mais partilha na comunidade. Gostava de fazer com que todos os intervenientes possam ter um papel mais activo em prol do desenvolvimento do concelho. Torres Novas atrai-me politicamente.Na minha vida também veio primeiro a crucificação e depois a ressurreição. Posso dizer que passei por uma má fase, enquanto empresário da restauração e com a ajuda da família e das pessoas que gostam de mim consegui começar uma carreira nova. Existe sempre uma oportunidade à nossa espera. Se queremos alguma coisa, devemos acreditar em nós.Gosto de viajar mas não gosto de andar de avião. Fiz um inter-rail, em 2002, e durante um mês conheci todo o centro da Europa. Os hobbies que tenho passam por andar de bicicleta, ir ao cinema com a minha mulher e estar com a família ao fim-de-semana. Foi das melhores experiências que tive até hoje. Quinzenalmente vou integrado, como voluntário, numa carrinha da Comunidade Vida e Paz, distribuindo comida aos sem-abrigo. A intenção é voltar a integrá-los na sociedade. Com um saco de comida estabelecemos pontes. Elsa Ribeiro Gonçalves
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