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31 anos do jornal o Mirante
Diana Fernandes

Diana Fernandes

31 anos, arquitecta, Vila Franca de Xira

“Sem dúvida que faz falta uma nova revolução em Portugal. Precisamos de um novo 25 de Abril para mudar a situação actual. Se continuarmos neste caminho qualquer dia só alguns, privilegiados, terão comida na mesa”* * *“Embora se conviva muito pelas redes sociais, que são uma forma de reencontrar velhos amigos, a verdade é que passamos demasiado tempo atrás de um aparelho electrónico, quando seria muito mais agradável beber um café numa esplanada”

Se amanhã se cruzasse com Passos Coelho ou Vítor Gaspar o que lhes diria?Acho que lhes faria uma proposta: que passassem um mês com o rendimento mínimo para perceberem a ginástica que a maioria dos portugueses faz para conseguir pagar as despesas. Durante esse tempo dificilmente conseguiriam jantar fora ou ir ao cinema, mas duvido que aceitassem o desafio…O que deixou de comprar ou fazer por causa da crise?Tive que fazer alguns cortes nas despesas. Muitos produtos que consumo passaram a ser de marca branca. Passei a não comprar tanta roupa ou acessórios. Felizmente consigo guardar um pouco para viver momentos que considero importantes. Jantares com os amigos e pequenas viagens são fundamentais para descontrair da rotina do dia-a-dia.Faz falta uma nova revolução em Portugal?Sem dúvida que faz falta uma nova revolução em Portugal. Precisamos de um novo 25 de Abril para mudar a situação actual. Se continuarmos este caminho qualquer dia só alguns, privilegiados, terão comida na mesa.E se de repente alguém lhe oferecesse flores na rua?Aceitava. É um gesto simpático e certamente que agradeceria. Talvez corasse, sim, acho que seria uma reacção normal, mas ficaria muito feliz pela amabilidade. O que é preciso para a fazer chorar? Eu só choro por duas razões: por tudo e por nada (risos). Sou muito lamechas e comovo-me muito facilmente. É muito fácil fazer-me chorar porque tudo me fala ao coração…Cozinhar é uma maçada? Cozinhar para uma pessoa, isso sim, é uma maçada. Gosto muito de cozinhar para família ou grupos de amigos. Como entrada preparo paté de atum e rolinhos de salmão fumado com queijo de ervas que fazem sucesso. Sirvo bacalhau com broa e espinafres ou lasanha para pratos principais. Gosto de fazer mousse de ananás para a sobremesa mas normalmente são os convidados que trazem…As redes sociais estão a roubar tempo ao convívio real entre pessoas?Julgo que sim. Embora se conviva muito pelas redes sociais, que são uma forma de reencontrar velhos amigos, a verdade é que passamos demasiado tempo atrás de um aparelho electrónico, quando seria muito mais agradável beber um café numa esplanada. O que lhe passa pela cabeça quando ouve notícias de mulheres assassinadas pelos companheiros?Fico chocada com qualquer tipo de notícia do género. Ninguém tem o direito de roubar a vida a ninguém. Infelizmente existem pessoas cuja sanidade mental não roça a dita normalidade e não têm o discernimento de avaliar as situações com calma e amor.Se pudesse escolher que paisagem gostaria de ver da janela de sua casa? Gostaria de ver o mar. Uma paisagem natural com construções enquadradas na envolvente, alguma vegetação e grandes rochedos.Já trocou o cinema pelos DVD em casa?Várias vezes. Não consigo lembrar-me do último filme que vi no cinema. Gosto bastante de sessões cinematográficas no sofá com pipocas e tudo a que tenho direito.Qual é o filme da sua vida?Dos clássicos escolho “E tudo o vento levou”. Foi um filme que me marcou bastante em criança. Em vários momentos da minha vida lembro-me da garra e perseverança de Scarlett O’hara. Entre os mais recentes o meu preferido é “21Gramas”. É um filme que nos faz pensar na conectividade que todos temos sem muitas vezes dar por isso. Mais do que imaginamos estamos todos interligados e o filme demonstra muito bem isso.Que livro tem à cabeceira?Comecei a ler “O Último Segredo” de José Rodrigues dos Santos. É um romance misterioso e contagiante. Já li vários livros do autor e gosto da sua escrita. Aprendo sempre muito.Se lhe depositassem cinco mil euros na conta hoje para onde viajaria?É difícil responder porque quero conhecer todos os cantos do mundo. Iria até ao aeroporto e apanharia o primeiro avião que partisse. Uma viagem é sempre uma aventura e uma forma de nos enriquecermos. Sempre que faço uma viagem sinto-me mais rica.
Diana Fernandes

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