uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Patrícia e Andreia querem jogar futsal mas a federação não deixa

As duas jovens têm 13 anos são iniciadas e segundo as novas directrizes não podem jogar no escalão de seniores
Andreia Silva e Patrícia Silva são duas irmãs gémeas que gostam de jogar futebol. Iniciaram a sua actividade nas escolas de futebol do CADE - Clube Amador de Desportos do Entroncamento. Juntamente com os jovens masculinos, estiveram ali até aos 10 anos, na passagem para os juvenis, com o aval do seu pai, passaram para o futsal, treinaram durante três anos sem jogar. A época passada foram inscritas na Associação de Futebol de Santarém e jogaram alguns jogos pela equipa sénior de futsal do CADE.Este ano preparavam-se para jogar mais vezes, fizeram a pré-época e o treinador disse-lhes que contava com elas para a equipa. Mas quando os dirigentes do CADE foram fazer as inscrições receberam a notícia de que a Andreia e a Patrícia não podiam ser inscritas para jogar nas seniores. Uma recente directiva da Federação Portuguesa de Futebol só autoriza a inscrição de jogadores nas respectivas categorias.A mesma directiva só permite que as jogadoras joguem num escalão acima, ou em casos excepcionais dois escalões acima, para isso terão que fazer um exame médico especial. As jovens Andreia e Patrícia poderiam assim eventualmente jogar numa equipa de juniores de futsal, quando até aqui podiam jogar nos seniores sem qualquer problema.As duas jovens estão de rastos. “Não compreendemos porque nos fizeram isto. Estivemos dois anos e meio a treinar sem jogar, e agora que começámos a competir com as nossas companheiras de equipa, estamos tristes e como não é fácil estar na bancada a ver jogar, ponderamos abandonar a modalidade”, disseram as duas jovens a O MIRANTE.O problema é ainda maior quando se sabe que praticamente não existem equipas jovens no futsal feminino no distrito de Santarém e esta decisão pode ser a machadada final no futsal feminino. O director do CADE para o futsal feminino, Agostinho Coimbra garante que não compreende esta situação. “Os clubes não têm possibilidades de terem mais do que uma equipa a competir, nunca foi colocada esta questão e as mulheres começam muito jovens a jogar futsal nas equipas seniores. Esta nova directiva vai acabar ainda com mais equipas, é uma aberração. Já fizemos chegar o nosso reparo à Associação”, disse.Na realidade o futsal feminino no distrito de Santarém tem vindo a sofrer uma grande razia, há dois anos havia 19 equipas divididas por duas divisões, actualmente existem apenas 10 equipas e apenas uma divisão. A maioria das equipas tem jovens que não vão poder jogar, e corre-se o risco de haver mais alguma a desistir. No final do jogo da supertaça do Ribatejo a treinadora do Sport Lisboa e Cartaxo manifestava-se solidária com as jovens do CADE e outras que estão na mesma situação. “É uma medida feita por alguém que não conhece nada do futsal distrital, andamos aqui todas a jogar por gosto, não temos apoios de ninguém e esta situação vai afastar as jovens e acabar ainda com mais equipas, não tem razão de ser”, disse.O responsável pelo Futsal na Associação de Futebol de Santarém, Amadeu Bernardes, também não concorda com esta directiva e vê com apreensão as consequências para o futsal feminino no distrito. “Já fizemos uma exposição para a federação, não concordamos com isto, estamos a aguardar uma resposta para depois decidirmos o que fazer”.

Mais Notícias

    A carregar...