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O polícia que se apaixonou por Vila Franca de Xira

O polícia que se apaixonou por Vila Franca de Xira

João Monteiro é agente principal e está na esquadra da cidade

Quando vai ao café há sempre alguém conhecido que lhe pede ajuda ou conta uma ocorrência. João Monteiro está em Vila Franca de Xira há oito anos e já se apaixonou pela cidade.

Aos 37 anos João Manuel Monteiro, agente principal da esquadra de Vila Franca de Xira da Polícia de Segurança Pública, diz-se um homem realizado. Está na cidade há oito anos e já se apaixonou pelas suas gentes e pela proximidade do rio. Já teve a oportunidade de se mudar para o comando de Santarém mas desistiu. “Gosto mesmo de estar aqui”, confessa com um sorriso. Quando sai à rua ou vai ao café encontra sempre gente conhecida. Alguns relatam problemas que encontram nas ruas onde moram, outros pedem-lhe ajuda para resolver diversos problemas. “Conheço mais gente aqui em Vila Franca do que na terra onde vivo”, diz-nos com um sorriso o homem nascido em Coruche. Por motivos familiares vive na Fajarda e vem todos os dias para Vila Franca de transporte público. Demora perto de uma hora a chegar ao trabalho. “Vila Franca é uma cidade pequena onde se consegue facilmente criar raízes e laços, conhece-se gente com muita facilidade”, conta. João Monteiro está no Programa Integrado de Policiamento de Proximidade e diz que tem o tempo sempre contado ao minuto. A maior parte do seu trabalho é feita nas ruas, em áreas tão diferentes como a escola segura, apoio à vítima, aconselhamento do comércio e protecção aos idosos. João está mais focado no apoio à vítima, especialmente as vítimas de violência doméstica. Grande parte do seu trabalho foca-se também em articular os diferentes casos que a polícia acompanha com os registos das várias instituições de apoio social da cidade. “Felizmente não temos tido muitas situações de violência doméstica aqui na cidade. Eu diria que em média acompanhamos uma dúzia de casos, sobretudo homens que batem em mulheres e a maioria na classe etária entre os 40 e os 50 anos”, refere. Os idosos desprotegidos são outro dos problemas com que tem de lidar no seu dia-a-dia. “São uma faixa etária muito vulnerável. Há idosos que se isolam completamente e têm vergonha de pedir apoio, alimentar e policial”, lamenta. João é o mais novo de três irmãos. A sua professora da escola primária era tão velha que já tinha dado aulas ao seu pai, algumas décadas antes. “Era rígida mas muito acessível. Mas ainda levei algumas reguadas”, confessa. João diz que nunca pensou no que queria ser na vida. A única coisa com que ficava fascinado era com fardas. “Sempre gostei de coisas aprumadas, certinhas”, conta. O seu primeiro emprego foi como mecânico numa oficina de reparação de camiões. Tinha 16 anos quando começou a trabalhar. Uma vez teve de passar a noite no hospital com queimaduras na vista por ter soldado umas chapas sem protecção. Pouco depois entrou na tropa e rumou ao Entroncamento, onde esteve na Escola Prática de Serviço de Material. Saiu anos depois como segundo sargento para um curso da PSP em Santarém e Torres Novas. Esteve sete meses em formação, com provas físicas e teoria, sobretudo legislação, psicologia e até formação cívica. “Era muito intenso, começávamos às 08h00 e acabávamos às 17h00. Mas depois tínhamos de estudar para os exames, que não eram fáceis”, recorda.No final do curso estreou a esquadra de Caxias juntamente com outros agentes e depois mudou-se para Santo António dos Cavaleiros, sempre com a intenção de vir para Vila Franca de Xira. Em 2004, quando surgiram vagas para a esquadra da cidade, João concorreu e conseguiu o lugar. Desde então já se considera vilafranquense e os que vivem na cidade vêem-no como um deles.
O polícia que se apaixonou por Vila Franca de Xira

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