Bernardo Salvador, 19 anos, é filho do consagrado cavaleiro tauromáquico Rui Salvador mas é por mérito próprio que pretende ser reconhecido no mundo da festa brava. No domingo, 10 de Março, pelas 16h00, vai apresentar a sua primeira lide na praça com o nome do seu avô, José Salvador, em Tomar, no âmbito de um Festival de Solidariedade a favor do Centro de Integração e Reabilitação de Tomar (CIRE). Bernardo nasceu em Lisboa a 23 de Abril de 1994. Estudou e viveu na capital mas, em Janeiro de 2010, mudou-se para a Quinta do Falcão, em São Pedro de Tomar. Já completou o12.º ano e encontra-se a fazer melhoria de notas na Escola Secundária Santa Maria do Olival para conseguir entrar no curso de Medicina Veterinária na Universidade dos Açores. “O ano passado não consegui entrar por uma décima. Este ano vou tentar novamente”. Diz que sempre esteve em contacto com a festa brava, seguindo o pai para todo o lado. Começou a tourear vacas com quatro ou cinco anos, aproveitando os treinos do pai, mas os problemas de asma, que se agravavam com o contacto com cavalos, levavam a que se afastasse do mundo que tanto gostava. “Só da Feira do Cavalo, na Golegã, saí três vezes de ambulância”, recorda. A partir dos 10 anos começou a levar uma vacina que conseguiu controlar a doença. Desde então, o interesse pela festa brava e pelas actividades desenvolvidas na Quinta do Falcão, onde vinha aos fins-de-semana, potenciou-se. “Descobri um mundo novo e gostei muito. De estar ao ar livre, do contacto com os animais, de ouvir os pássaros. De cada vez que regressava a Lisboa, sentia-me preso entre a escola e a minha casa”. Na Quinta do Falcão, propriedade da família, é frequente Bernardo fazer de tudo um pouco. O trabalho não o assusta. “O meu pai também é arquitecto, toureiro, agricultor”. O pai, seu “herói”, é também o seu mestre. “É com ele que aprendo todos os dias. Gosto de desafios e tourear a cavalo é difícil. Temos que estar atentos à coordenação dos movimentos e convém não esquecer que estamos a tourear um animal com 400 ou 500 quilos com vontade própria”. No domingo, antes de entrar na arena, não vai cumprir nenhum ritual ou obedecer a superstições. Ainda é novo para isso. “Já actuei em casamentos e eventos que se realizam na quinta, mas numa praça apenas estive em treinos. A corrida de domingo é algo de novo e espero que dure”, sustenta, acrescentando: “Espero que o público adira a este espectáculo para conseguirmos ajudar o CIRE. Desejo sorte a todos os artistas”. Uma corrida solidáriaO Festival da Solidariedade a favor do CIRE conta, para além da actuação de Bernardo Salvador como amador, com as lides de Rui Salvador, Francisco Zenkl, David Gomes (praticante), José Luis Triviño (matador) e Diogo Peseiro (novilheiro amador). Pegam os forcados amadores de Tomar e do Montijo. Os toiros são da ganadaria de Herederos de Juan José Cano. Os bilhetes com preços desde 10 euros podem ser comprados na bilheteira da Rua Serpa Pinto ou no dia da corrida nas bilheteiras da praça. As reservas podem ser feitas pelo telemóvel 914097117. Todos os artistas vão actuar graciosamente.