Clube Ciclismo José Maria Nicolau apresentou equipas
Atletas amadores sub 23 vão correr com os profissionais
Equipada a laranja e com a palavra Cartaxo bem destacada, a equipa de sub-23 do Clube de Ciclismo José Maria Nicolau (CCJMN), sedeada no Cartaxo, vai participar esta época no calendário de sub-23 do ciclismo nacional, a antecâmara das equipas e provas de elite. A formação foi apresentada sábado, em conjunto com as restantes equipas do clube que tem o nome do vencedor da Volta a Portugal em Bicicleta, avô de José Nicolau, o actual director do clube.
Perante uma plateia de familiares, amigos e patrocinadores que encheu o auditório da Quinta das Pratas, os atletas foram apresentadas equipa a equipa, um a um. Filipe Oliveira, 23 anos, Fábio Sousa, 24 anos, Nuno Almeida, 22 anos, Francisco Caetano, 19 anos, Bernardo Cavaleiro, 19 anos, João Letras, 22 anos, Fábio Oliveira, 19 anos, Adelino Pires, 19 anos, Francisco Valinho, 19 anos, Pedro Duarte, 21 anos e Rui Rodrigues, 21 anos, compõem a equipa liderada por José Nicolau, que quer fazer boa figura na época de sub-23. A competição oficial já teve início no mês de Fevereiro no Algarve. E aí a equipa cartaxeira esteve em bom plano.O líder da equipa, José Nicolau, afirmou que se trata de um projecto de continuidade e de aposta na formação, com a continuidade do investimento numa equipa de sub-23. Uma formação composta por dez elementos que vai correr nas mesmas provas com as equipas de sub-23 e em algumas provas com as equipas profissionais.José Nicolau esclareceu ainda a mudança no equipamento. “Destacamos bem a palavra Cartaxo, em vez da Capital do Vinho, porque queremos que o clube seja de todos os cartaxeiros, patrocinadores, autarquias e também do simples cidadão que vai para a estrada aplaudir os jovens ciclistas”.O presidente da Câmara do Cartaxo, Paulo Varandas, lembrou a tradição concelhia do ciclismo que se traduziu na conquista de várias Voltas a Portugal para o concelho. Elogiando o trabalho do líder da equipa cartaxeira, na formação e na consolidação de uma equipa de sub-23, Paulo Varanda disse valer a pena apoiar o desporto e o ciclismo em particular, na promoção do clube e do concelho. Presentes na sessão de apresentação das equipas estiveram representantes da Federação Portuguesa de Ciclismo e da Associação de Ciclismo de Santarém, que elogiaram o crescimento do clube mas também o apoio recebido para a modalidade pelos patrocinadores públicos e privados, como pelos pais, familiares e dirigentes envolvidos.Equipa de juniores campeã nacionalA equipa de juniores formada por César Martingil, Pedro Costa, Paulo Pereira e Rafael Apolinário, sagrou-se já este ano campeã nacional de perseguição em pista. Um título conquistado em Fevereiro no velódromo de Sangalhos.César Martingil foi o único ciclista que não esteve presente na apresentação, estava em estágio com a Selecção Nacional de Juniores, que prepara a época internacional. Os outros três jovens são claros no seu amor pelo ciclismo. “Queremos ser profissionais”, disseram em uníssono.Pedro Costa garante que envergar a camisola de campeão nacional é sempre um motivo de orgulho. “Mas o mérito não é só nosso, é do clube, dos treinadores, dos patrocinadores e principalmente dos nossos familiares que são decisivos para que nós possamos praticar a modalidade”, disse o jovem ciclista.Paulo Pereira, é natural das Caldas da Rainha, veio para o ciclismo em 2005, foi por influência do pai que era treinador da modalidade e corre pelo clube do Cartaxo porque é um clube que aposta muito na formação. “Estou no Clube de Ciclismo José Maria Nicolau de corpo e alma, o apoio que os dirigentes e treinadores nos dão transformam isto como se fosse uma família”, garantiu com mal disfarçado orgulho por poder envergar a camisola da campeão nacional.Rafael Apolinário veio para o ciclismo por vontade própria. “Comecei a acompanhar os meus companheiros à parte dos seus treinos, e o bichinho foi-se instalando. Há quatro anos vim para o ciclismo, estive até agora no Lousa, este ano vim para o Cartaxo, foi uma oportunidade que aproveitei com gosto”.Os três jovens garantem que o recente caso de doping descoberto num dos seus ídolos, Lance Armstrong, não os afecta em nada. “Só ficamos tristes pelo ciclismo, que volta a andar nas bocas do mundo por uma situação que nos envergonha a todos. Mas nessa questão de doping o ciclismo é um parente pobre. Não temos dúvida de que nos outros desportos há muitos casos iguais ou piores, mas é o ciclismo que é o mais alvejado”, dizem a uma só voz.O início foi muito bom e agora a equipa de juniores sonha com uma época de grande categoria. “Somos um grupo de jovens ambiciosos e queremos continuar a ganhar como aconteceu no início da época. Para isso estamos todos dispostos a trabalhar anda mais. Queremos dignificar a camisola que vestimos”.José Nicolau o senhor ciclismo no CartaxoJosé Nicolau é o homem que desde a primeira hora da fundação do Clube de Ciclismo José Maria Nicolau, do Cartaxo, está ao leme e garante que ainda não está cansado. “O clube foi criado há dez anos por um grupo de pessoas que gostavam da modalidade e sentiam que os grandes valores individuais que levaram longe o nome do concelho, mereciam que o Cartaxo tivesse efectivamente um clube e uma escola de ciclismo”, disse.José Nicolau é neto de uma das figuras míticas do ciclismo português, e por isso, em conjunto com os companheiros decidiu que o nome da nova associação seria também uma homenagem ao seu avô, foi assim que nasceu o Clube de Ciclismo José Maria Nicolau. “É uma homenagem ao meu avô mas também aos grandes ciclistas do concelho, não podemos esquecer o Alfredo Trindade, Francisco Valadas, Marco Chagas e o malogrado Gonçalo Amorim, entre outros”.“Começámos com as escolas, os atletas mais jovens, temos vindo a crescer, e desde 2007 temos todas as categorias excepto profissionais. Desde 2009 que temos atletas campeões nacionais em várias categorias, temos jovens nas selecções nacionais. Temos tido um crescimento controlado e somos hoje um clube respeitado a todos os níveis”, disse com orgulho José Nicolau.Disposto a continuar por mais dez anos, José Nicolau garante que a aposta vai continuar a ser nos escalões jovens e nos sub 23. “Aqui ninguém ganha nada, são os pais dos atletas os grandes patrocinadores de cada um dos jovens, sem eles não seria possível chegar onde já chegámos”, disse o dirigente, acrescentando que a constituição de uma equipa profissional é um sonho. “Um sonho muito difícil de concretizar”.Neste momento o Clube José Maria Nicolau tem 35 jovens a correr pelas estradas e pistas de Portugal. “É preciso uma grande logística e o apoio vem principalmente das empresas que também passam por grandes dificuldades. O município cortou o apoio ao associativismo e nós não recebemos nada da autarquia, daí também a mudança nas camisolas. Precisamos de conseguir a angariar mais apoios”, referiu José Nicolau.
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