João Valente vence III Léguas do Nabão
João Valente, do Clube de Atletismo de Ferreira do Zêzere, foi o primeiro classificado da trigésima edição das “III Léguas do Nabão”, prova organizada pelo Clube de Actividades de Lazer e Manutenção (CALMA) no domingo, 3 de Março e que envolveu mais de 300 atletas. Em segundo lugar ficou Hélder Ferreira, do União de Tomar, e em terceiro no pódio Hugo Castro do C.C.D “O Alvitejo”. A primeira mulher a cortar a meta foi Carina Matias, do Clube Atletismo da Barreira. A segunda classificada foi Alexandra Oliveira, da Casa do Benfica em Abrantes e em terceiro Anabela Duque do A.C. São Mamede. Este ano, para assinalar os 30 anos desta corrida, que conta com a participação de atletas vindos de todo o país, a meta foi colocada simbolicamente na Praça da República. Para Brito Costa, vice-presidente do CALMA, o êxito da prova traduz-se no grande volume de inscrições e no facto de atrair a Tomar atletas de todo o país. “Esta é uma prova que merece ser acarinhada pela autarquia”, salientou. A iniciativa terminou com um almoço de confraternização na zona desportiva e só a chuva que começou a cair ao início da tarde conseguiu amornar o clima de festa (ver reportagem da prova noutro texto). Clube de Atletismo de Ferreira do Zêzere em destaqueO Clube de Atletismo de Ferreira do Zêzere (CAFZ) foi o grande dominador na 30.ª edição comemorativa das III Léguas do Nabão, alcançando os quatro primeiros lugares individuais e um 2º lugar. João Valente, como já referido, foi o grande vencedor em termos individuais, percorrendo os 15,2 Kms do percurso no tempo de 51 minutos e 7 segundos, estreando-se assim em provas de 15 Kms com uma importante vitória, perante um conjunto de atletas bem mais experientes. O CAFZ colocou ainda mais dois atletas até à 7ª posição da classificação geral. Luís Mota foi 6º classificado da geral, sendo o vencedor do escalão de Veteranos 2. Luís Graça foi o terceiro atleta do CAFZ a cortar a meta, na 7ª posição da geral, alcançando assim o 2º lugar em Veteranos 1. O Clube de Atletismo de Ferreira do Zêzere participou também na prova da Dupla Légua, alcançando as vitórias em ambos os géneros. Mariana Mota venceu a prova em Juniores Femininos e Rui Mendes venceu em Juniores Masculinos. “Um conjunto de resultados bastante bom, que muito dignificou o Atletismo ferreirense”, congratula-se a autarquia num comunicado.CrónicaA correr as Três Léguas do Nabão... com muita calmaComo é que se descreve uma prova de atletismo sem participar nela? Foi a pensar nisso que a repórter de O MIRANTE elevou a fasquia e se inscreveu, de forma ingénua como o tempo veio demonstrar, na prova dos 30 anos das III Léguas do Nabão, do último domingo. O tempo, nublado mas sem chuva, ajudou a motivar quem ainda é verde nestas lides. No secretariado, montado na Rua Amorim Rosa, levantei o dorsal n.º 80 poucos minutos antes da partida, nas imediações do quartel dos Bombeiros Municipais. Ainda houve tempo para a foto da praxe com um colega de corrida, Sílvio Paiva, da equipa do Clube Grupo BES. Dado o “tiro” de partida, nunca mais o vi. Nem a ele nem aos restantes. Se há algo que aprendi com esta participação é que não vale a pena preparar a reportagem neste tipo de situações. A minha tinha como ângulo as conversas que viria a ter com os meus “camaradas” de corrida mas, dois quilómetros e meio volvidos, já só tinha como companhia o carro-vassoura que viria, mais tarde, a dar-me boleia. Vencida mas não convencida, percorri mais três quilómetros, deixando para trás Carvalhos de Figueiredo, na freguesia de São João Baptista. Depois de ouvir seis vezes, por parte dos moradores com quem me ia cruzando, “os últimos são os primeiros” era altura de reconhecer que estava na hora de pedir “boleia” ao tal carro vassoura, libertando a ambulância dos bombeiros de me seguir devagarinho. Abriu-se então outro capítulo. A organizar esta prova há 30 anos consecutivos, o Clube de Actividade de Lazer e Manutenção e Lazer (CALMA) sabe o que faz. O primeiro ponto de água, montado em Vale Cabrito, com os escuteiros do Agrupamento 837 Madalena - Cem Soldos a recolher energicamente os plásticos vazios deixados para trás, a pulseira de controlo de passagem entregue em frente ao Restaurante “Ninho do Falcão”, São Pedro, para trocar as voltas a quem pensa em fazer corta-mato, os chuveiros colocados ao longo do percurso, que são desmontados assim que passa o último atleta, são sinónimos do grande nível de organização que esta prova alcançou. E nem as curvas a subir acentuadas antes da Fábrica da Platex, em Valbom, a menos de cinco quilómetros da meta desmotivam Ana Conde, participante individual, com quem trocamos breves palavras. Ou o advogado tomarense João Henriques Simões que conta 30 participações nas III Léguas e que, mesmo sendo o último, concluiu sempre a prova. É isto que posso descrever. Os atletas que participam nas III Léguas do Nabão de Tomar não são amadores como eu. Não vêm pelo convívio. Correm para vencer ou para bater recordes pessoais. Correm. Eu também corri. Mas com muita calma.
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