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A empresária que contagia os clientes com a sua alegria

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Isabel Fernandes é dona de uma pastelaria e trabalha 14 horas por dia

Aos 43 anos, Isabel Maria Fernandes é um exemplo de vitalidade. Trabalha desde os 16 anos e ainda hoje se levanta todos os dias às cinco da manhã para abrir a sua pastelaria em Vila Franca de Xira. Só entra em casa depois do trabalho estar feito. Diz que a honestidade é essencial para ter um negócio aberto e ainda sonha abrir um salão de cabeleireiro.

Honestidade, qualidade, rigor e muito trabalho são os elementos fundamentais para ter sucesso na área da restauração. A opinião é de Isabel Maria Fernandes, 43 anos, que explora um café-pastelaria na rua Heróis da Guerra Peninsular, em Vila Franca de Xira. Começou a trabalhar aos 16 anos e ainda hoje se levanta todos os dias às 05h00 para abrir o espaço e servir pequenos-almoços aos clientes que vão apanhar os transportes públicos.Isabel nasceu em São Sebastião da Pedreira mas desde pequena que vive em Vila Franca de Xira. Enquanto estudava chegou a trabalhar na apanha do tomate, na vindima e outras vezes na pesca, ajudando os avós, que são avieiros. Aos 16 anos casou-se com o primeiro namorado, um amor à primeira vista, e desde então não parou de trabalhar. Fez uma sociedade com a mãe e abriu um café no mercado municipal da cidade. “Estive lá 22 anos e no primeiro dia senti-me deslocada, não percebia nada, mas depois apanhei a rotina”, recorda a O MIRANTE. Quando as vendas começaram a piorar Isabel aceitou outro desafio profissional. Foi trabalhar para um grande retalhista da cidade, que vende artigos para o lar, mas como se encontrava com contrato a termo acabaria por ser despedida meses depois. Foi aí que começou o maior tormento da sua vida. Esteve desempregada ano e meio e foi nesse período que aceitou tirar um curso de cabeleireira. “Entretanto lembrei-me de abrir um salão mas constatei que as coisas estavam a mudar e que a comida é mais necessária que o arranjo dos cabelos. Como já tinha experiência em hotelaria abri este espaço”, conta.O café-pastelaria “Bacos” funciona há dois anos e meio. “Sei o que é ter uma vida dura e sempre tive dois trabalhos, só agora é que me dedico a cem por cento a este negócio. Já quando trabalhava no mercado fazia uns part-time no posto médico e numa delegação escolar”, recorda. Levanta-se todos os dias às 05h00 para abrir a porta do estabelecimento às 06h00. “Cozo bolos e pão, fervo o leite para o termo e às 06h00 já tenho clientes certos que me batem à porta para tomar o pequeno-almoço antes de irem para os transportes”, conta. Isabel dedica-se sobretudo ao atendimento e à contabilidade. A comida é feita pela mãe, que aos 61 anos continua a ajudar no negócio. “As pessoas gostam da comida por ser caseira, fazemo-la como se fosse para nós”, explica. A qualidade da comida tem-lhe valido boa freguesia mas mesmo assim o negócio já não corre como antigamente. “A comida é a única que ainda vai vendendo, todos os outros negócios da cidade, como o calçado ou as roupas, pararam completamente”, lamenta. E o Inverno não tem ajudado, já que é de Verão que o negócio corre melhor, ajudado pelas imperiais e pelos petiscos.“Ainda tenho algumas pessoas que pedem fiado e damos o jeito. Muitos são certos e pagam no dia em que prometeram. Mas há muitos que se esquecem e temos de os lembrar. Felizmente desde que coloquei um aviso a dizer que não se fia muita gente deixou de pedir”, nota.O maior desafio da profissão é a necessidade de ser responsável. “Neste negócio o dinheiro não é nosso. Temos de pagar primeiro aos fornecedores e só depois ficar com o que é nosso sem dever nada a ninguém. Infelizmente há muita gente que vive com o dinheiro que devia dar aos fornecedores”, critica.A profissão de sonho de Isabel é ser cabeleireira e confessa que ainda não desistiu da ideia de abrir um salão. No princípio de Março vai fazer obras no café para o tornar mais moderno e convidativo. No seu entender, o que só vai ficar a faltar é mais policiamento na rua durante a noite.
A empresária que contagia os clientes com a sua alegria

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