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Programação cultural e borlas

A luta dos ferroviários pela continuação das viagens à borla para si e para os seus familiares directos, fez-me reflectir sobre o “borlismo” na área da cultura. Ao longo das últimas décadas, algumas câmaras municipais, com os mais variados pretextos, gastaram muito dinheiro a apresentar espectáculos gratuitos para as suas populações. Agora que se encontram endividadas até à raiz dos cabelos e já não podem esbanjar dinheiro como faziam antes, a programação cultural nesses concelhos caiu drasticamente. Isso ter acontecido é grave mas ainda mais grave é sabermos que a principal consequência daquela prática foi criar públicos convencidos que os espectáculos têm que ser sempre gratuitos. Com esta situação ninguém bom da cabeça arriscava fazer espectáculos pagos nesses concelhos e muito menos agora que a situação económica obriga a maioria dos portugueses a reduzir gastos em produtos que consideramos supérfluos (e para nós a cultura é sempre supérflua e vem sempre depois do restaurante ou da Páscoa ou Carnaval no Algarve ao frio e à chuva). É celebre a frase “Não há pequenos almoços grátis”. Nem pequenos almoços nem nada, acrescentaria eu. Mas quanto tempo vai ser preciso para convencer os portugueses que as borlas vão ter que acabar? E eu só estou a falar de espectáculos... Carla Frasco

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