Bombeira faz o papel de vítima
Alexandra Carvalho, 25 anos, grávida de 19 semanas, estava no interior do prédio que desabou em Santarém. Ficou presa numa amálgama de ferro e cimento mas foi resgatada com sucesso pelos bombeiros. O cenário fictício foi montado propositadamente para a realização de um simulacro, na manhã de sexta-feira, 1 de Março, que assinalou o Dia Mundial da Protecção Civil (ver texto nesta edição), mas a bombeira voluntária, futura mamã, vestiu até de forma muito realista o papel que lhe coube. “Socorro, ajudem-me estou grávida”, gritava a jovem ainda embrenhada nos escombros. “Estava a tentar colocar alguma pressão aos meus colegas, o que ajuda a prepará-los melhor para estas situações”, justifica com um sorriso algumas horas depois de ter sido resgatada e encaminhada de ambulância para o serviço de obstetrícia do Hospital de Santarém. A bombeira, residente na Póvoa da Isenta, espera o primeiro filho. Está desempregada e por isso dedica grande parte do seu tempo à corporação onde o marido, que estava a assegurar a emergência médica à mesma hora, também trabalha. Integra o corpo dos Bombeiros Voluntários de Santarém há dois anos mas há dez anos já colaborava com a Cruz Vermelha Portuguesa. Alexandra Carvalho considera que este tipo de acções são importantes, não só para o treino dos operacionais mas também para mostrar à população o trabalho que realizam os soldados da paz. Apesar da barriga já pesar, a bombeira não hesitou em participar no simulacro deixando-se arrastar, durante o resgate por uma estreita conduta de cimento. “Confio plenamente nos meus colegas”. Ana Santiago
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