Deslocamentos nos prédios do Monte Gordo obrigam câmara a fazer intervenção de emergência
Obras na encosta arrancam este mês e já está prevista a demolição de um edifício
Os prédios em risco de caírem na encosta do Monte Gordo em Vila Franca de Xira têm vindo a deslocar-se nos últimos dias, o que vai obrigar a câmara a uma intervenção de emergência para suster as terras. A informação foi avançada pelo vice-presidente do município, Alberto Mesquita, e a intervenção deve arrancar até ao final deste mês na zona onde recentemente a autarquia despejou os moradores de um dos lotes por razões de segurança. Para travar a situação - que pode originar a derrocada do lote 2, que está inclinado para a frente - o município adjudicou de urgência os trabalhos de contenção e reforço do talude, situado entre a encosta e os prédios em risco, que incluirá a remoção de 10 700 metros quadrados de terra e vai custar perto de 100 mil euros. Os trabalhos foram entregues à firma Alves Ribeiro. “Temos feito várias leituras que têm sido analisadas por uma empresa de consultores de engenharia (Cenor) e pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e tem-se constatado deslocamentos, com maior intensidade na crista do talude”, refere Alberto Mesquita. Segundo o vice-presidente a situação não é muito pior do que a registada há três meses “mas continuam a haver muitos movimentos”, alertou o autarca. “Os geólogos depois de analisarem todo o solo consideraram que os trabalhos devem ser feitos em duas fases, para resolver o problema do deslizamento do talude. A estrada que hoje dá acesso à discoteca será retirada e deslocada para outro local”, informa Alberto Mesquita.O autarca já tinha admitido recentemente que a encosta “teria sempre problemas, com ou sem prédios” e informou que foi solicitada a colaboração da Cimpor no sentido de identificar que tipos de resíduos foram depositados no local nas últimas décadas. “Muitos detritos da Cimpor que não foram comercializados ficaram no solo, não foram retirados e isso contribui para o problema”, explicou. No que toca à demolição do lote 2 a Cenor já apresentou um projecto de demolição ao fundo imobiliário que detém a propriedade dos prédios, a Bolsimo. A câmara municipal está a aguardar que a Bolsimo faça chegar o projecto aos seus gabinetes para depois o remeter para análise do LNEC. Logo que esta última entidade dê a sua aprovação o lote 2 poderá ser demolido. A expectativa do município é de que essa operação possa ser feita até ao final de Abril. Este edifício, recorde-se, estava desabitado e fechado a cadeado praticamente desde a sua construção, há várias décadas. Em Janeiro, recorde-se, as três famílias que ainda viviam no lote 1, contíguo ao edifício que vai ser demolido, foram despejadas das habitações pela câmara municipal.
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