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Clube de Canoagem Scalabitano quer continuar a ligar a juventude ao Tejo

Clube de Canoagem Scalabitano quer continuar a ligar a juventude ao Tejo

Um protocolo com as escolas e liceu de Santarém leva os jovens a praticar canoagem no rio

O Clube de Canoagem Scalabitano foi fundado em 26 de Fevereiro de 1992 pelo professor José Manuel Maurício, um entusiasta da canoagem que, durante vários anos, andou praticamente com o clube ao colo. As dificuldades em se afirmar foram sempre muitas, mas o entusiasmo do fundador nunca o deixou finar por completo.

Com a saída de José Maurício por motivos de saúde, o clube esteve alguns anos em situação de letargia, sem nunca parar por completo. Hugo Antunes está actualmente à frente da direcção e garante que nos últimos sete anos o clube ganhou outro folgo com a assinatura de protocolos com a Escola Alexandre Herculano e o Liceu Sá da Bandeira. “Protocolo que leva um grupo de jovens estudantes três vezes por semana a praticar canoagem no rio Tejo”, opina.Ao mesmo tempo viu aumentar o número de atletas e sócios. “Neste momento temos 22 atletas em competição, na maioria são bastante jovens. Temos atletas dos cinco aos 50 anos, apostamos fortemente na formação e já temos alguns atletas a baterem-se com os melhores do distrito”, garantiu.No dia 3 de Agosto o clube viu a atleta Mariana Marques conquistar o primeiro lugar na prova Primeiras Pagaiadas, que decorreu no Rossio-ao-Sul-do-Tejo (Abrantes). “Esta prova, com a distância de 2000m, está integrada no calendário da Federação Portuguesa de Canoagem, destina-se a todos os atletas, até ao escalão de cadetes que no ano em curso se inscreveram pela primeira vez na federação e a Mariana surpreendeu tudo e todos, é uma atleta que começou este ano a remar”, disse satisfeito o dirigente.Hugo Antunes é uma espécie de “faz tudo” no clube, não era o presidente do clube, assumiu o lugar com a saída do presidente Pedro Cordeiro. “Saiu porque o seu trabalho não lhe deixava tempo para acompanhar a vida do clube, na altura resolvemos em reunião da direcção continuar até Setembro, altura em que faremos uma assembleia para apresentar contas e eleger uma nova direcção”, referiu.O dirigente para além da presidência, trata dos barcos, apoia os atletas e os treinadores e organiza tudo o que diz respeito às provas e treinos, quer dos atletas do clube quer dos jovens das escolas de Santarém que têm protocolo com o clube.O clube luta sobretudo com falta de apoios. “A crise bateu à porta de toda a gente e nós não somos uma excepção. Vivemos muito da carolice dos dirigentes dos sócios e dos pais dos atletas que estão sempre na primeira linha quando é preciso desenvolver acções para arranjar verbas para fazer girar o clube”, disse o dirigente, acrescentando que também é justo destacar o apoio da Junta de Freguesia se Santa Iria da Ribeira.Mesmo assim o clube consegue ter canoas para que os jovens aprendam a remar, um barco a motor para estar sempre alerta nos treinos e uma carrinha para transportar os barcos e alguns atletas. “Não fazemos feio nas nossas deslocações e sentimos que o clube já é respeitado pelos nossos amigos dos outros clubes”, diz o dirigente.Um dos principais objectivos do clube é o recrutamento de mais atletas. “Temos tido um bom crescimento do número de atletas, mas queremos mais, queríamos chegar ao final do ano com pelo menos meia centena de atletas inscritos, ainda estamos longe desse número, por isso apelamos aos jovens da zona para aparecerem, nós temos material para eles experimentarem a canoagem”, disse Hugo Antunes.O clube quer ser uma referência na região e tenta também desenvolver a vertente social. “Não fechamos a porta a nenhum jovem carenciado, pelo contrário apoiamo-lo em tudo o que estiver ao nosso alcance. Temos um atleta que ficou sem as pernas, está a treinar connosco porque para a próxima época vai começar a competir”, referiu Hugo Antunes.Não existe associação no distrito de Santarém Uma das maiores dificuldades do clube prende-se com as inscrições dos atletas. “A Associação de Canoagem do Distrito de Santarém está fechada. Não tem direcção e não aparece ninguém para a reactivar. É uma pena porque assim somos obrigados a filiar-nos na Associação de Canoagem da Bacia do Tejo, que é a associação de Lisboa e tem sede em Vila Franca de Xira”, referiu Hugo Antunes.É pena que a Associação de Santarém esteja inactiva porque há muita gente a praticar a modalidade no distrito. Em Abrantes, Tomar, Barquinha, Santarém, Coruche e Salvaterra de Magos, há clubes a remarem no sentido de elevar a modalidade. “Temos no distrito canoístas jovens de grande valor, alguns deles com medalhas ganhas em campeonatos do mundo e da Europa, lamentamos por isso o fecho da associação”, disse o dirigentes. Ruínas da praia de Santarém são um perigo para os jovens canoístasNão é fácil treinar no Tejo junto à Ribeira de Santarém. “Há pouca água, muitas vezes é necessário passar o rio todo até ao lado da Tapada para termos três metros de largura de água para treinar. É o que temos e temos que nos habituar a isso”, referiu Hugo Antunes.“Do lado da Ribeira é muito difícil treinar, a água é pouca e agora existe também o problema da ruína da praia de Santarém, uma obra do mandato de Moita Flores, que nunca teve utilidade para a população. “Aquilo está tudo destruído e a parte de chapa está a cair para o Tejo, tem muitas arestas e quando há água deste lado, também tem uma corrente mais forte. Quando os jovens treinam há sempre a hipótese de serem empurrados para a margem e passarem numa dessas arestas e lesionarem-se ou danificar as canoas”, explica o dirigente.Hugo Antunes sabe que o clube e outras pessoas da Ribeira já falaram com a Câmara de Santarém para que aquele “entulho” fosse retirado do local. “Mas, segundo sei, a resposta é sempre a mesma , não há verba para retirar aquilo. É uma pena que o problema se arraste. É feio para a vista e é perigoso para o treino dos jovens”.
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