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Sedes das juntas abrangidas pela reorganização administrativa devem manter-se abertas

Presidente de Casal dos Bernardos antecipou-se e já tem negociada a utilização do edifício

Nas eleições de Setembro surgem freguesias novas resultantes da fusão de várias freguesias actuais. Quem for eleito vai ter que decidir onde ficará instalada a sede da nova autarquia e provavelmente a escolha irá recair na terra mais populosa. Quem não mora na sede não vai ficar ao abandono. A maioria dos candidatos está a integrar nas suas listas elementos das freguesias que vão ser integradas para continuar a estar perto das populações e quer manter os serviços que existiam abertos. Deixam de ser juntas de freguesia e passam a delegações da nova junta de freguesia.

O presidente da Junta de Freguesia de Casal dos Bernardos, no concelho de Ourém, uma das 52 do Distrito de Santarém que deixam de existir, já garantiu que a população não vai ficar desapoiada e que continuará a ir ao mesmo edifício para tratar dos seus assuntos. Casal dos Bernardos vai unir-se a Rio de Couros. Nestas eleições a nova autarquia que resulta da fusão das duas chama-se União das Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos mas poderá mudar a designação. A sede deverá ficar em Rio de Couros uma vez que é das duas a quem tem mais população. Sérgio Fernandes, que não é candidato, já negociou com todos os candidatos à nova freguesia a instalação de uma delegação no sítio onde está a actual Junta de Casal dos Bernardos. E o autarca foi mais longe. Parte do edifício está a ser adaptado para outras funções. Quando se realizarem as eleições a 29 de Setembro já devem estar prontas as obras para instalar uma lavandaria e uma cozinha do centro social, que faz serviço de apoio domiciliário. Noutras freguesias o processo de utilização de instalações não está tão avançado mas a ninguém passa pela cabeça que fechem os edifícios e os serviços onde actualmente funcionam juntas de freguesia que vão ser integradas. “O primeiro objectivo é servir as populações e não os interesses políticos”, realça Nuno Gonçalves, presidente da freguesia de Maçussa, concelho de Azambuja, que foi anexada a Manique do Intendente e Vila Nova de São Pedro.No resto da região tudo aponta para que aconteça o mesmo numa transição pacífica em que os actuais autarcas dizem que o importante é a preocupação de deixar as populações bem servidas. A intenção de manter os edifícios sede de Juntas que se fundem com outras como delegações é partilhada, por exemplo, pelos presidentes de Vale de Figueira (Santarém), Sobralinho (Vila Franca de Xira) e Fajarda (Coruche). José Manuel Peixeiro, presidente do Sobralinho e número dois da lista do PS à união desta freguesia com a de Alverca, diz mesmo que é impossível fechar o edifício da sua junta senão a população ficava sem o posto dos correios que funciona no local. Na Fajarda, que se une a Erra e Coruche, o presidente e candidato Ilídio Serrador ainda não tem nada negociado mas garante que se ganhar as eleições nenhuma sede de junta vai fechar. Numa será instalada a sede e as outras funcionarão como delegações. Ao nível dos equipamentos das freguesias não vai haver problemas e até poderá haver uma optimização dos meios segundo a generalidade dos autarcas. Em algumas zonas podem é surgir problemas com o número de funcionários. Ilídio Serrador diz que a nova freguesia pode passar a ter funcionários administrativos a mais a partir da integração. E o que muda em termos de orçamento? Praticamente nada. Os orçamentos juntam-se e a única questão em causa é saber como são distribuídas as verbas para as várias localidades. Para esta situação o presidente da Fajarda tem uma ideia: “Faz-se um orçamento único mas subdividido pelas três localidades, reservando-se verbas próprias”. O presidente de Vale de Figueira que se une a S. Vicente do Paul, no concelho de Santarém, não se candidata e está empenhado em fazer um inventário de todos os bens da sua freguesia para entregar a todos os candidatos e quer entregar as contas sem existência de dívidas. Diz que vai fazer uma reunião com todos os candidatos e poderá ser abordada a utilização da sede da Junta de Vale de Figueira, que Manuel Cordeiro não quer encerrada, até porque a população é envelhecida e não há transportes para S. Vicente do Paul onde deverá ficar a nova sede. Há quem continue a discordar da reforma das freguesias mas outros, passadas as manifestações contra a medida, consideram que agora tem que se olhar para a frente. O presidente de Maçussa, que não se candidata à nova freguesia, considera que três freguesias juntas “têm um poder maior de reivindicação perante a câmara municipal”.

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