Mais tempo à espera da conta do que a almoçar com sobremesa e tudo
Eu podia dar dois ou três exemplos concretos de restaurantes em que demorei mais tempo a conseguir que me fizessem a conta do que demorei a almoçar. Não o farei para não ser injusto e, pelo mesmo motivo não irei generalizar. Direi apenas que, mais vezes do que seria admissível, sofro, como muitos outros clientes, a tortura de não conseguir que me tragam a conta no fim da refeição.Já me tenho levantado da mesa, em desespero de causa, para ir pagar ao balcão mas muitas vezes a única coisa que acontece é que em vez de esperar sentado à frente da chávena de café vazia e da toalha com migalhas, tenho que aguardar de pé e a balancear-me para a esquerda e direita para não atrapalhar os empregados que passam para ir buscar ou trazer travessas, que aquele que me atendeu, apareça com o seu bloco em papel ou electrónico, para me dizer quanto devo.Já é mau quando os empregados são desorganizados e distraídos e nunca nos conseguem ver por mais sinais desesperados que lhes façamos para trazerem mais pão ou outra bebida. Mas é uma verdadeira tortura termos que ficar de braço no ar até ele ficar dormente, para conseguirmos pagar.Um destes dias perdi a calma, levantei-me e saí porta fora sem pagar. Surpreendentemente ninguém me tentou deter ou chamar a atenção. Já na rua, acalmei-me e esperei uns minutos para ver se alguém vinha atrás de mim. Não aconteceu nada. Voltei a entrar e fui sentar-me onde estava. A mesa já tinha sido levantada. Não desisti porque é sempre bom não desanimarmos. Ao fim de mais dez minutos de espera consegui que me fizessem a conta.Jorge Rodrigues
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