A primeira mulher a presidir à comissão de festas
Ao peso da responsabilidade juntou-se o peso da gravidez
Berta Santos mal foi à cama nos dias que antecederam as festas em honra de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche. Também nos dias dos festejos, que terminaram no domingo, 18 de Agosto, a agitação foi uma constante. Fartou-se de andar de um lado para o outro para acorrer a todas as solicitações. A oficial de justiça, de 30 anos, é presidente da Comissão de Festas de Coruche há dois anos e a primeira mulher a ocupar o cargo. Este ano ao peso da responsabilidade do cargo juntou o peso da barriga. Está grávida do primeiro filho, que se chamará Francisco e que deverá nascer por volta de 19 de Outubro. A gravidez foi planeada e quando contou aos colegas da comissão todos garantiram que não havia problema e não lhe iria faltar ajuda. E a promessa foi cumprida. “Foram os meus braços e as minhas pernas. Ajudaram-me em tudo o que precisei”, contou a O MIRANTE.Membro da comissão há quatro anos, conta que o convite para presidente foi uma surpresa. Aceitou o desafio e não está arrependida mas confessa que nunca pensou que fosse tão difícil organizar as festas. O mais complicado, diz, é gerir emoções e liderar. Com a gravidez diz que ficou mais tolerante mas também mais emotiva. “Choro com muito mais facilidade. Basta um abraço sentido”, conta durante a entrevista que decorreu junto da igreja de Nossa Senhora do Castelo com vista privilegiada sobre o Rio Sorraia e os campos ribatejanos.Berta Santos desloca-se diariamente para Lisboa, onde trabalha. Nesta altura do ano tira férias para poder estar cem por cento concentrada na organização da festa mas o trabalho começa muitos meses antes, em Janeiro. “Temos que bater a muitas portas para angariarmos setenta mil euros. Ouvimos alguns nãos mas isso não nos desmotiva. A maioria apoiou-nos mesmo que contribuindo com menos do que costumavam contribuir”. Este ano termina o seu mandato e não sabe se vai continuar. Quando era criança Berta Santos contava os dias que faltavam para as Festas. Nessa altura era tudo diferente. As largadas de toiros eram feitas numa manga improvisada junto ao rio, por detrás do posto de abastecimento de combustível. “Não tinha o glamour que tem hoje”, confessa. Atrás do mercado municipal existia um palco improvisado para dançar. Apesar de não haver as condições que existem hoje ninguém queria faltar à festa. A oficial de justiça diz que não há nenhum coruchense que vá para fora da terra nesta altura do ano.
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