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Concurso para relações públicas da Câmara de Almeirim com contornos estranhos

Concurso para relações públicas da Câmara de Almeirim com contornos estranhos

Único candidato aprovado foi colega de turma do presidente do júri do concurso no curso indicado como requisito para o lugar

Um funcionário público e filho de dois ex-funcionários da câmara, que foi excluído do concurso, estranha os requisitos pedidos para o lugar ao exigir-se um curso recente da Escola Superior de Educação onde o único candidato admitido para a vaga fez a licenciatura em 2010.

As suspeitas de um concurso à medida para a escolha das relações públicas da Câmara de Almeirim parecem estar a revelar-se. O concurso para pessoas com vínculo à função pública está na fase final e apenas está aprovado o funcionário da autarquia Rui Louraço, destacado para secretariar a assembleia municipal. Pelo meio há um processo estranho com o presidente do município, Sousa Gomes, a nomear para presidente do júri do concurso o colega de turma de Louraço num curso recente da Escola Superior de Educação de Santarém que é exigido como requisito principal. Rui Louraço licenciou-se em 2010 em Educação e Comunicação Multimédia tendo sido um dos primeiros licenciados no curso juntamente com o presidente do júri do concurso, Carlos Ferreira de Sousa. Este trabalha para o Ministério da Justiça e quando estava a tirar o curso dava formação a reclusos de estabelecimentos prisionais como o de Alcoentre (Azambuja). Sousa e Louraço chegaram a fazer juntos trabalhos práticos para algumas disciplinas do curso. Outro elemento do júri é Filipa Jourdan, amiga da vereadora e adjunta para o desporto do presidente da Câmara de Almeirim, Sandra Isabelinha. Filipa Jourdan entrou recentemente para a câmara como técnica de desporto através de um concurso marcado pela polémica com vários ex-trabalhadores da empresa municipal de desporto (Aldesc), que foi extinta, a denunciarem publicamente pressões e procedimentos que consideraram irregulares. Como vogal efectiva está também uma técnica da Câmara de Azambuja, Rute Borda D’Água Ferreira, que faz parte do gabinete de comunicação da autarquia. Rui Louraço foi classificado com 15,10 valores na prova escrita e agora só falta a entrevista profissional de selecção para ser o novo relações públicas do município. Na câmara existem mais dois funcionários com o mesmo curso, tirado recentemente, mas que não concorreram ao lugar que tem uma remuneração base de 1200 euros mensais. Houve mais cinco concorrentes. Logo de início dois foram excluídos porque não tinham vínculo à função pública e outro por não ter apresentado declaração autenticada do serviço a que pertencia. Dois funcionários de outros serviços públicos foram excluídos porque não tinham o curso exigido. O que levou um deles a apresentar uma reclamação ao júri. Alexandre Caipira, natural de Almeirim, sustentou que tem um curso de comunicação com a mesma base curricular, as mesmas disciplinas e com as mesmas saídas profissionais, só que não se chama Educação e Comunicação Multimédia. Mas não lhe foi dada razão. O candidato excluído disse a O MIRANTE que no “mínimo este concurso é estranho”. Quando o presidente da câmara anunciou em Fevereiro que ia abrir concurso o vereador da CDU, Aranha Figueiredo, questionou a necessidade de haver agora um relações públicas quando em mais de 20 anos de mandato Sousa Gomes nunca teve alguém a trabalhar nesta área. “Descobriu agora que quer um assessor de comunicação a nove meses de final do mandato”, criticou na altura Aranha Figueiredo, realçando que quem vier a ganhar a autarquia nas eleições é que deve escolher quem quer a trabalhar nestas áreas. Sousa Gomes disse a O MIRANTE que fez esta proposta porque há funcionários da câmara com formação para desempenhar estas funções.
Concurso para relações públicas da Câmara de Almeirim com contornos estranhos

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