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Carla Ferreira

Carla Ferreira

Psicóloga, 37 anos, Rio Maior

“O Natal continua a ser uma época do ano em que toda a gente tenta estar com quem lhe é querido. Eventualmente, as questões consumistas perturbam um pouco a quadra, mas não concordo que o espírito tenha desaparecido. Para mim, continua a ser esse, a família e os afectos”“Nunca fui apologista de greves. Considero-as em situações limite, mas situações limite são situações limite. Acho que existem classes profissionais que abusam delas, sem critério demarcado. Perdem a razão e prejudicam as pessoas”“Um curso não é um passaporte de emprego, mas é um indicador sério de evolução pessoal. O resto, se correr bem, virá por acréscimo”

Já começou a comprar os presentes de Natal?Não comprei nada, nem comprarei tão cedo. Os meus presentes vão para os mais pequenos e os mais chegados, e não são muitos. Não compro na véspera, compro normalmente durante o mês de Dezembro e à medida que vou encontrando o que quero, sem grande azáfama ou pressão. Quanto pretende gastar do seu orçamento para prendas de Natal? Certamente gastarei mais ou menos o mesmo, que nunca é muito. Não estabeleço valores para cada presente, tanto posso comprar uma coisa um pouco mais cara, como uma mais barata, independentemente do destinatário. O Natal perdeu o verdadeiro significado?As pessoas gostam muito de dizer que perdeu. Não sei se perdeu, julgo que continua a ser uma época do ano em que toda a gente tenta estar com quem lhe é querido. Eventualmente, as questões consumistas perturbam um pouco a quadra, mas não concordo que o espírito tenha desaparecido. Para mim, continua a ser esse, a família e os afectos.Concorda com a abolição de feriados?Julgo que a produtividade não aumenta por isso. Não tínhamos muitos feriados. Tínhamos e temos uma estrutura debilitada que vai muito além de mais trabalho, contrafeito, três ou quatro dias por ano.Que prenda dava ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho?Um salário mínimo para o mês de Dezembro, com um bilhetinho de bom proveito? Por aí…Acredita nos políticos portugueses?Acredito que haja bons políticos que não se propõem governar neste momento. Não será fácil. E por muito que condene determinadas medidas e procedimentos, a verdade é que estar num lugar de topo numa altura de crise é complicado.Para que país não viajava mesmo que lhe pagassem a viagem? Viajava para qualquer lado, incluindo Síria, Afeganistão, Egipto, Índia e Coreia do Norte, entre outros do género. A minha curiosidade em conhecer outras culturas suplanta qualquer medo.Já pensou em emigrar?Já pensei e era capaz. Acho que o nosso país actualmente não apresenta condições para uma grande parte da população e, muito embora seja uma situação difícil, pela distância de tudo o que é nosso, há contrapartidas que vale a pena considerar.Como seria a vida sem telemóveis e computadores?Não imagino, mas sei que viveria, pois já vivi. Mas só sei por isso. E não fosse esse facto confesso que julgaria ser impossível. É o poder da evolução e a nossa fragilidade. Actualmente não sei viver sem eles para além da importância que têm para o meu trabalho. O que a tira do sério?Muitas coisas. A hipocrisia, por exemplo, mas prefiro referir coisas menos sérias. A teimosia. Não gosto que não me satisfaçam a curiosidade, mas faço um esforço imenso para não o deixar transparecer. Não aprecio, de maneira nenhuma e em nenhum formato, conversas sobre as vidas dos outros. Vale a pena fazer greves como forma de protesto ou quem sofre são as pessoas?Nunca fui apologista de greves. Considero-as em situações limite, mas situações limite são situações limite. Acho que existem classes profissionais que abusam delas, sem critério demarcado. Perdem a razão e prejudicam as pessoas. Já lhe bateram à porta a pedir comida?À porta não, mas em alguns locais já me pediram. Dou sempre, desde que esteja em condições de o fazer. Acho que comida é algo que não se nega a ninguém. Ainda vale a pena tirar um curso universitário?Vale sempre a pena. Um curso não é um passaporte de emprego, mas é um indicador sério de evolução pessoal. O resto, se correr bem, virá por acréscimo. Mas mesmo que não venha, ficaremos mais ricos, estou certa disso.
Carla Ferreira

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