Rui Galrinho tem 35 anos e joga actualmente no União Desportiva de Chamusca. Foi sempre considerado um dos melhores guarda-redes da região. Na sua longa carreira passou pelos clubes de maior renome como o Torres Novas, Riachense e Portomosense, entre outros, sempre nos campeonatos nacionais da terceira e segunda divisão. Apesar de ser considerado um veterano acredita que a sua carreira ainda vai ser longa. Esta época tiveste convites para ir jogar para clubes com melhores condições do que o União. Porque é que ficaste?A amizade que me liga ao treinador Nando Costa e aos meus companheiros de equipa e directores do União, Filipe Santos e Tiago Silva foram determinantes para a minha continuidade, em detrimento de outros convites, que até me davam alguns trocos a ganhar.Que motivação para continuares a jogar aos 35 anos?A motivação vem de cada um. Costumo dizer que a velhice vem da cabeça. Se pensarmos que estamos velhos não conseguimos fazer nada. Continuo a jogar com alegria. Gosto de jogar à bola e dentro do campo dou sempre tudo para ajudar a minha equipa, o treinador e os meus companheiros.Jogar sem ganhar nada também é uma desresponsabilização para um jogador?Não, de forma nenhuma. Costumo dizer que quando aceitamos jogar num clube que não tem condições para nos pagar nada mais do que um almoço no dia de jogo, ainda nos traz mais responsabilidade. Não é motivo para qualquer desresponsabilização.Qual é o teu relacionamento com os árbitros dentro do campo?É uma relação de respeito mútuo. Os árbitros erram e eu também erro. Sinto-me revoltado quando os erros são sempre para o mesmo lado, como já nos aconteceu este ano aqui na Chamusca. Mas mesmo assim consigo controlar-me e não entro em confusões. Vamos ter aqui um futuro treinador de futebol?Por enquanto ainda não pensei nisso. Por agora vou jogar ainda durante mais algum tempo. Irei ficar ligado ao futebol, mas vou sempre começar pelo princípio. Vou aprender com os melhores e depois logo se vê.