Sócios da Casa do Benfica em Alverca expulsam dirigentes por má gestão
Comissão administrativa constituída em 30 de Setembro, na mesma assembleia onde foram exonerados de sócios os ex-dirigentes, tenta equilibrar contas ao deparar-se com dívida de quatro mil euros contraída por antigos dirigentes. Unir os sócios para se tentar encontrar novos órgãos sociais até Abril de 2014 é o principal objectivo.
O presidente, vice-presidente e o tesoureiro da direcção da Casa do Benfica em Alverca, foram exonerados dos cargos e expulsos da colectividade por terem permitido que a entidade acumulasse dívidas na ordem dos quatro mil euros. Estes dirigentes tinham sido eleitos para cumprir o mandato de 2007/2010, mas mantiveram-se em funções até agora por não aparecerem interessados em assumir a direcção.A decisão foi tomada na assembleia geral de 30 de Setembro, com 29 votos a favor, um contra e uma abstenção, tendo na mesma sessão sido constituída uma comissão administrativa composta por cinco elementos para estabilizar a Casa do Benfica e vir a convocar eleições para os órgãos sociais até Abril de 2014.Os actuais dirigentes da comissão administrativa têm conseguido resolver os problemas criados por inúmeras dívidas dos seus antecessores, a última das quais bateu à porta há uma semana no valor de 1500 euros correspondente a três anos sem o pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (com multas e juros de mora), correspondentes à propriedade da sede da Casa do Benfica em Alverca. Uma dívida que a comissão administrativa vai tentar negociar com as Finanças para pagamento em prestações.António Braga e António Costa, membros da comissão administrativa com quem O MIRANTE falou, descrevem um conjunto de dívidas deixadas pelos três dirigentes exonerados, que passam por um pouco de tudo. A mais gravosa e detectada inicialmente foi uma dívida de 1500 euros à EDP que se acumulava desde Julho deste ano, paga com um empréstimo concedido por alguns sócios e com o pagamento de quotas em atraso. Só a sensibilização do piquete que ia cortar a ligação eléctrica evitou males maiores.Havia 357 euros de dívida com o canal por cabo, 500 euros da reparação de duas mesas de snooker há seis anos, 250 euros de dívidas aos SMAS, 680 euros à contabilista, 500 euros do condomínio e até 65 quilos de café para o bar desapareceram sem explicação.“O anterior presidente da assembleia geral, Fernando França, entretanto falecido, foi para o estrangeiro em negócios e esses director eleitos entre 2007 e 2010 foram deixados no poder, sem prestar contas e a fazerem o que muito bem entendiam. Foi o senhor Mário Lino, então vice-presidente da assembleia e hoje membro da comissão administrativa, quem suscitou a convocatória de uma assembleia geral para se pôr tudo a limpo e votar a exoneração daqueles senhores”, explica António Braga.O presidente anterior está desaparecido há dois anos, enquanto o vice-presidente não reside em Alverca. O MIRANTE tentou contactar o tesoureiro, mas sem sucesso.Apelo à união dos sócios e dos benfiquistas de AlvercaA Casa do Benfica em Alverca já teve cerca de 300 sócios pagantes mas actualmente são apenas 130. Apesar de algum afastamento de parte dos associados, a casa reúne as condições para um bom convívio e no último domingo cerca de 60 pessoas assistiram ao Rio Ave - Benfica. “Já seria muito bom que aqueles que se afastaram por alguma razão, voltassem ao convívio da casa”, refere António Costa. Mas qualquer pessoa pode ser sócio a troco de uma quota mensal de um euro.O espaço funciona no número 1 da rua José Ferreira Tarré, no centro de Alverca, e ocupa numa cave toda a área de um edifício de habitação. Dispõe de mesas e cadeiras para ver jogos e petiscar, mesas de jogos, duas televisões LCD, além de duas mesas de snooker e até uma área para não fumadores. Não falta o imprescindível bar e as paredes cobertas de cachecóis, fotografias e outros emblemas alusivos ao Benfica. Funciona de terça a sexta-feira entre as 15h00 e as 00h00, e aos fins de semana das 12h00 às 00h00. A Casa do Benfica em Alverca foi fundada em 12 de Julho de 1994 e inaugurada em 27 de Maio de 1995.Onde pára o dinheiro das contas bancárias?Outro dos mistérios que está por resolver é o dinheiro que a Casa do Benfica tinha no banco. Uma conta a prazo com 15 mil euros e outra conta à ordem com três mil euros. Ninguém sabe do paradeiro do dinheiro mas desconfia. Sabe-se que desapareceu no tempo de vigência dos directores que foram exonerados mas qualquer iniciativa judicial contra aqueles elementos será sempre discutida e decidida pelos sócios em assembleia geral.
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