Um sonho que tem rodas para patinar
A patinagem artística surgiu apenas há seis anos em Vialonga mas já tem uma campeã nacional. Mariana Mateus de apenas 15 anos conquistou o título na categoria de patinagem livre, considerada a disciplina mais exigente da modalidade. Começou a patinar aos quatro anos em Odivelas, onde reside, mas com a mudança do treinador Pedro Guerreiro para o Grupo Desportivo de Vialonga, Mariana não resistiu a acompanhá-lo. A patinadora treina cinco vezes por semana, mas em fases de competição chega mesmo a patinar duas vezes por dia. “Vou e venho todos os dias de Odivelas a Vialonga para treinar” explica Mariana que confessa que sem a ajuda dos pais era impossível. O treinador elogia o esforço e diz conhecer poucos atletas tão motivados como ela. “Além de ser uma excelente patinadora, é também muito boa aluna” afirma Pedro considerando que é raro encontrar esse tipo de capacidade de organização numa rapariga tão nova. “É a referência do clube e entusiasma os outros atletas a continuarem na modalidade”, admite.Foi Pedro que iniciou a patinagem artística em Vialonga e que formou grande parte dos 47 atletas que praticam a modalidade. “Não é um clube com muita experiência mas estamos a passar patamares e a conquistar etapas a nível nacional” diz um dos poucos patinadores profissionais em Portugal que divide o seu tempo a treinar o Vialonga, o Alverca e uma equipa de Azeitão. O treinador esclarece que para alcançar o sucesso, todos os desportistas têm que ter uma atenção individual e personalizada. “É como ter 50 equipas sob a minha orientação. Cada um tem diferenças a nível físico, psicológico e motivacional” esclarece o treinador que apesar de achar que Portugal tem condições técnicas e logísticas para se destacar a nível internacional, não acredita que a patinagem possa ser assumida como uma carreira. “É um desporto caro. O Vialonga só tem condições para iniciar as crianças na modalidade devido à boa vontade da população que doa os patins antigos”, argumenta. Mariana gastou mais de três mil euros em todos os seus patins. A patinadora já foi campeã nacional por quatro vezes e além de querer continuar ligada ao desporto, quer também ser fisioterapeuta e entrar no conservatório de música. Tem o dia completamente ocupado porém não sente que tenha perdido tempo para os amigos. “É claro que não posso fazer tudo o que eles fazem. Tento evitar chegar tarde a casa e tenho cuidado com a alimentação” conta a atleta. O objectivo agora é competir a nível internacional e alcançar resultados que a consagrem definitivamente. Pedro está plenamente confiante de que isso é possível mas sabe que não é fácil quando se está a competir com os melhores do mundo.
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