Avieiras da Póvoa de Santa Iria saem do anonimato com um vídeo a dançarem Kuduro
A neta de uma pescadora do bairro avieiro da Póvoa de Santa Iria pôs a avó e outras cinco familiares a dançarem uma música Kuduro e colocou o vídeo na internet. À conta disso as “avós do Kuduro”, como agora são conhecidas, já não passam despercebidas na rua e até já conseguiram ir à televisão. Primavera Letra, avó de Marta Letra, alinhou na brincadeira e convenceu as outras familiares, mas não imaginava que a brincadeira saísse das fronteiras do bairro. “Fomos ao engano. Quando dei por mim já tinha um gorro na cabeça e estava a dançar”, explica Edília Tocha de 79 anos, uma das participantes que é das mais velhas do bairro. Marta gravou a dança e a música através de um telemóvel e colocou o vídeo no youtube apenas para partilhar com os amigos. “Não tinha a noção que o vídeo se iria tornar viral”. As seis avieiras já foram à televisão e são abordadas por muita gente na rua. “Quando passam por nós pedem-nos para dançar”, conta Palmira Letra de 62 que recebeu um telefonema do irmão em Londres que também viu o vídeo na internet. Primavera abre o vídeo a dizer: “Venham minhas sócias”. Diz que o objectivo principal foi o divertimento e que dança qualquer música que lhe metam a tocar. Além de Primavera, Palmira e Edília fazem parte do grupo Carmina, Rosalina e Emília. Todas com mais de 50 anos. A maior parte teve uma vida de sofrimento. Algumas são viúvas e Edília perdeu o filho há oito anos. A brincadeira de fazerem um vídeo a dançarem acabou por alegrar estas mulheres marcadas por uma vida de dificuldades e muito trabalho. Marta ainda não sabe quando vai fazer o segundo vídeo das avós dançarinas mas as pescadoras estão entusiasmadas e querem ser elas a escolher a próxima dança.
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