Especial 25 de Abril | 16-04-2014 15:16

“A diabolização dos políticos não ajuda em nada a preservar a democracia”

Como era demasiado novo quando se deu o 25 de Abril (tinha dois anos e meio) que ideia foi formando desse dia a partir do que lhe contaram ou teve que estudar? A ideia de que o País se tinha libertado de um regime ditatorial, onde a liberdade de expressão não existia, as liberdades individuais eram cerceadas e que, em bom rigor, impedia o desenvolvimento do mesmo ao nível económico e social e do próprio País como um todo.Sabe o que aconteceu a 25 de Novembro de 1975 e o significado desse acontecimento para o país? O 25 de Novembro teve uma grande importância para a estabilização da democracia em Portugal, porque impediu a concretização de alguns excessos que poderiam pôr em causa o processo iniciado em 25 de Abril de 74.Precisamos de outro 25 de Abril? Precisamos que os valores do 25 de Abril se concretizem na plenitude e que Portugal seja um País que propicie aos seus cidadãos igualdade de oportunidades, independentemente da raça, credo, situação socioeconómica ou local de residência. Todos nós, enquanto cidadãos, temos obrigação de ajudar a que os desígnios de Abril ajudem Portugal.Tem alguma memória que queira partilhar, da vida antes de 25 de Abril, que lhe tenha sido relatada por familiares ou amigos? Tenho relatos de familiares meus que tiveram “problemas” por manifestarem opiniões contrárias ao regime de Salazar.Quem é a pessoa que melhor simboliza o 25 de Abril? Felizmente, em Portugal existem muitas pessoas que têm simbolizado o 25 de Abril ao longo destes 40 anos, por atitudes e práticas consentâneas com os objectivos daqueles que fizeram aquele dia.Vivemos em democracia? Parece-me evidente que vivemos em democracia.Que avaliação faz dos partidos políticos ao longo dos últimos 40 anos? Como em todas as actividades, e sendo próprio da natureza humana, há políticos e políticas que merecem avaliação positiva e negativa. A diabolização dos políticos, nos quais me incluo, não ajuda em nada a preservar a democracia e a desenvolver Portugal.Que avaliação faz da forma como funciona a justiça? A justiça em Portugal, como outros sectores da actividade do Estado, tem sido, ao longo dos anos, alvo de uma degradação da sua imagem, que importa alterar porque entendo que a esmagadora maioria dos agentes da justiça não merecem os epítetos de que têm sido alvo e também eles fazem o melhor para que um pilar essencial da democracia cumpra o seu papel.Que testemunho pode dar da forma como tem sido atendido no Serviço Nacional de Saúde? Um testemunho muito positivo, com excepção de um caso pontual, não tenho, pessoalmente, razão de queixa do SNS.Quem melhor serve os cidadãos e usa os recursos disponíveis? O poder local ou o poder central? Independentemente do cargo que ocupo, parece-me inequívoco, porque os dados também o referem e a população também o sente, que é o Poder Local.Quando falamos de Estado estamos a falar de quê e de quem? Estamos a falar de todos nós, que temos a obrigação de exigir que aqueles que, em cada uma das ocasiões e circunstâncias, administram a causa pública o façam tendo em conta que gerem aquilo que é de todos e que está ao serviço do povo, na prossecução de interesses comuns e não individuais.Tem algum testemunho pessoal relacionado com o 25 de Abril, a democracia e a liberdade que queira partilhar com os leitores?​ Não partilho nenhum testemunho, mas permito-me solicitar a todos que, em todos os momentos, contribuam para que os ideais que nortearam o 25 de Abril sejam cumpridos. Todos temos essa obrigação, nos direitos e deveres que temos e devemos sempre observar.

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