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Incontornável Serafim das Neves

Perguntas-me se já fui nomeado para algum banho público com água gelada. Que eu saiba não! As únicas pessoas que me nomearam alguma vez para actividades balneares foram a minha mãe e a minha mulher. Os banhos que a minha mãe insistia em dar-me quando eu era criança destinavam-se a tirar-me o sarro detrás das orelhas. Aqueles para os quais a minha mulher me convida, mesmo que fossem filmados, não podiam ser divulgados nas redes sociais nem armazenados em nuvens, embora por vezes me levem às nuvens.Eu sou daqueles felizardos que não sentem nenhuma necessidade de dar nas vistas, nem que seja despejando baldes de água com gelo pela cabeça abaixo. Há quem diga que preciso de ir urgentemente ao psiquiatra por causa desta minha tendência para evitar fazer parvoíces. A esses costumo responder que também faço parvoíces mas que não gosto de as partilhar nas redes sociais. É nessa altura que eles tentam meter-me numa camisa de forças para me internarem compulsivamente. Já percebeste que este teu amigo é um louco perigoso, não é verdade?!Serafim, meu amigo, aqui para os nossos lados as disputas políticas continuam a intrigar-me. Aqui há tempos assisti, de boca aberta, à derrota da Isaura Morais nas eleições para presidente da Distrital do PSD. Agora no PS, repetiu-se a cena. Houve eleições e quem perdeu foi a Maria do Céu Albuquerque. A candidata do PSD, presidente da Câmara de Rio Maior, perdeu contra o deputado Nuno Serra. A do PS perdeu contra o deputado António Gameiro. Mas afinal o que se passa com esta gente? Como é que postos perante duas mulheres bonitas, elegantes, inteligentes e simpáticas, as rejeitam, preferindo dar os seus votos a dois marmelos sábios que emigraram para Lisboa ?? É por estas e por outras que os partidos andam pelas ruas da amargura. Na América, na cidade de Portland, um veterinário descobriu 43 peúgas desirmanadas no estômago de um cão Grand Danois. A descoberta podia ter-me animado porque tenho uma gaveta cheia de peúgas sem par mas o problema é que eu não tenho nenhum cão. Muito menos um Grand Danois. Para mim o mistério continua. Às sacramentais perguntas “De onde viemos? Para onde vamos? O que fazemos aqui?”, há muito que eu acrescentei uma ainda mais intrigante. Para onde foram as peúgas que faziam par com as que me enchem uma gaveta inteira da cómoda? Fico muito feliz pelo americano dono do cão que devora peúgas porque já tem resposta para um dos maiores mistérios dos nossos tempos mas vou ter que continuar a penar em busca das minhas próprias respostas. A barbaridade dos crimes cometidos contra jornalistas americanos pelos jihadistas fez-me pensar nas nossas queixinhas habituais contra os ditadores cá da santa terrinha, os que não atendem os telefones e não dão explicações sobre as porcarias que andam a fazer com o dinheiro dos nossos impostos ou os que nos tentam impedir de tirar fotografias quando estamos a trabalhar, só porque lhes apetece. Tenho que reconhecer que, apesar de tudo, vivemos no paraíso. É um paraíso de parvos mas mesmo assim é um paraíso. Aqui ninguém nos corta o pescoço. Quanto muito cortam-nos a publicidade ou, em casos de ridículo extremo, contam-nos também o acesso às notas de imprensa sobre exposições de rendas e bordados. Enfim. Para os assassinos de jornalistas está a ser preparada uma grande enxurrada de bombas. Quanto aos mais parvalhões destas bandas, a sorte deles é o ridículo não provocar diarreia se não andavam sempre a mudar de cuecas.Saudações corrosivasManuel Serra d’Aire

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