Um grupo de forcados não serve só para pegar toiros
Diogo Romão, 26 anos, elemento do Grupo de Forcados Amadores de Tomar que percorreu mais de dois quilómetros a pé segurando o andor de Nossa Senhora da Piedade sob os ombros, era, no domingo, 21 de Setembro, um homem carregado de fé. Foi a primeira vez, em muitos anos, que os forcados carregaram o andor rumo à capela lá no alto. A oportunidade surgiu porque o novo cabo do grupo, Marco Fernando, já costumava participar nesta procissão mas a cavalo. “Fizeram-lhe o convite e aceitou para que as pessoas nos fiquem a conhecer melhor. Um grupo de forcados não serve só para pegar toiros”, contou. O forcado, natural da Azinhaga (Golegã), e que integra o grupo há dois anos, aproveitou a romaria para pedir protecção para si e para a sua família. “Isto de ser forcado tira muito tempo à nossa família. Quando tudo corre bem é bom mas quando corre mal aí já é pior”, diz, recordando que no dia em que a filha, Mariana, completou um ano foi parar ao hospital com um ombro partido durante um treino. Acrescentou ainda que, de agora em diante, vão ser sempre os forcados a levar o andor, facto que os enche de orgulho. Aliás, foi tudo diferente este ano. O “Círio de Nossa Senhora da Piedade”, como era designado até aqui, passou a chamar-se “Romaria” e os participantes da procissão, que todos os anos se realiza no mês de Setembro, em Tomar, não subiram a longa escadaria rumo à capela entoando cânticos ou rezas e com as fogaças à cabeça. A fé, essa, continua inabalável. Elsa Ribeiro Gonçalves
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