Campeões do Arco Clube Ar Livre só pedem que lhes arranjem um tecto
Clube da Póvoa de Santa Iria é uma referência nacional no desporto de arco e flecha, contando no seu seio com vários campeões. Um espaço coberto que sirva simultaneamente de sede e de espaço para treinos é a grande ambição dos seus dirigentes.
O Arco Clube Ar Livre (ACAL) organizou no último fim-de-semana de Setembro a Prova de Campo (Field) a contar para o campeonato nacional de Tiro com Arco, que decorreu no espaço aberto do Parque Ribeirinho da Póvoa de Santa Iria e contou com a participação de mais de 70 arqueiros de todo o país. Tratou-se de mais uma demonstração de vitalidade deste clube, já com dezoito anos de existência e durante os quais participou nos vários campeonatos nacionais e internacionais da modalidade, para além de promover a prática e o ensino de todas as formas de tiro com arco - arco recurvo, arco compound, longbow e besta. O ACAL tem neste momento mais de 100 arqueiros filiados e entre eles alguns campeões, como é o caso de Carlos Resende, director e fundador do Arco Clube, quatro vezes campeão mundial e oito vezes campeão europeu da modalidade. “Eu até nem comecei muito novo, já tinha 17 anos quando dei os primeiros passos na modalidade”, conta à nossa reportagem. “A nossa ideia agora no Arco Clube Ar Livre é dar formação aos mais jovens, ainda mais novos do que eu quando comecei, de modo a cativá-los para a prática deste desporto que está provado só trazer vantagens para a formação pessoal do indivíduo, transmitindo-lhes uma calma e uma tranquilidade que os ajuda depois na vida de todos os dias”, garante.O problema é que para levar por diante este projecto o ACAL precisa de uma sede e essa é a grande batalha do momento, o grande desafio que Carlos Resende e os seus colegas fundadores Henrique e Renato Jourdan enfrentam. “Precisamos de um espaço coberto que sirva simultaneamente de sede e de espaço para treinos, pois nesta como em todas as modalidades, sem treinos não há competição”, explica o diretor do Arco Clube Ar Livre, que já partilhou esta preocupação com responsáveis da junta de freguesia e da câmara municipal e diz ter encontrado alguma receptividade.“Já fizemos alguns contactos com a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira no sentido de nos ser cedido um espaço e estamos preparados para esperar que surjam umas instalações, só pedimos que não se esqueçam de nós e do nosso projecto”, pede, recordando a importância da vertente formativa neste projecto, “que é no fundo para todos”. Recorde-se que no tiro com arco em Portugal coexistem duas federações nacionais, a Federação dos Arqueiros e Besteiros de Portugal (FABP), vocacionada para o tiro de arco de campo e de caça simulada com arco e besta e a Federação Portuguesa de Tiro com Arco (FPTA) na qual se pratica o tiro com arco do tipo olímpico. Na Póvoa mora o campeão nacional de clubesNa época desportiva de 2013 o ACAL só esteve inscrito na Federação dos Arqueiros e Besteiros de Portugal. Foram inscritos 45 arqueiros, dos quais dois juniores e dois veteranos, sendo os restantes todos seniores, entre femininos e masculinos. O ACAL sagrou-se campeão nacional de clubes atingindo 6 primeiros lugares, 2 segundos e 4 terceiros nas 12 provas dos dois campeonatos: Campo/Field e Caça/Bowhunter. Os arqueiros do clube conquistaram na época 2013, além do título nacional de clubes um total de 9 títulos nacionais individuais, a que acresce o título de campeão nacional em Bestas Target, com mais um segundo e um terceiro lugares nesta variante. Ainda no mesmo ano participaram dois arqueiros do ACAL no Campeonato da Europa de Arco Histórico, que decorreu no castelo de Cyula, na Hungria, e no qual Francisco Camacho conquistou a medalha de bronze. Outros 3 arqueiros do ACAL integraram a equipa que representou a FABT e Portugal no Campeonato da Europa de Tiro de Sala, em Segorbe, Espanha (EIAC2013). Uma das questões que normalmente se levanta quando se fala desta modalidade é a de algum elitismo, até por razões que se prendem com o custo dos equipamentos necessários para a praticar, mas Carlos Resende discorda dessa visão. “Não posso considerar que se trate de uma modalidade elitista, de maneira nenhuma. E quanto ao custo dos equipamentos a questão é mais ampla. Por exemplo, nós aqui no Arco Clube temos equipamento de iniciação para emprestar, quem quiser experimentar não precisa de ir comprar o seu equipamento, pode comprar depois se de facto estiver interessado em praticar a modalidade mais a sério”, explica, estimando o custo de um equipamento razoável (que terá de incluir arco, flechas, dedeira e mira, pelo menos) na ordem dos 250 a 300 euros. E o equipamento de um campeão europeu e mundial, quanto custa? “Bom, o meu equipamento pessoal anda à roda dos 1500 euros”, confessa, mas recorda que já pratica a modalidade há mais de vinte anos…
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